segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Praga: Tá olhando o que, magrela?

Giuliana Ananias Wolf
Vista da torre da Praça Cidade Velha, em Praga



















Oi gente! Vou contar a história do dia em que eu estava viajando de Praga, na República Tcheca, para Viena, na Áustria.

Em Praga a temperatura era de tipo mil graus (ahahaha) e a gente estava na rodoviária esperando para entrar no ônibus para Viena. O calor era grande, mas a farofa era maior. Eu e a Karine compramos um lanche para levar no ônibus PLUS um sorvetinho, né...

Aí, nosso bus chegou. Entre colocar as malas no bagageiro e nos acomodarmos nos assentos, o sorvete já estava lá pelo cotovelo, junto com o cheirão de lanche de McDonalds para viagem. Lindo de ver!

Foi então que uma mocinha entrou pelo corredor do ônibus, e ficou olhando como se reprovasse nossa situação. Eu, pensando "Ah, tô aqui na República Tcheca, ninguém entende nada do que eu falo e ela está me jugando", disse em alto e bom som, sem olhar:

- TÁ OLHANDO O QUE, MAGRELA???


Acontece que ela fez uma cara de quem sabia exatamente o que estava ouvindo. Ficamos com a dúvida: seria ela de Portugal ou do Brasil? O fato é que durante o percurso todo de cinco horas ela ficou olhando para trás enquanto eu e minha amiga conversávamos. Ou seja, alguma coisa ela entendia, né...


by: Giuliana Ananais Wolf
Cenário: vista do caminho de Praga até Viena, na Áustria

by Giuliana Ananias Wolf
Pôr-do-Sol =)) 



Moral da história: SEMPRE vai ter um brasileiro!!!! Hahahaha
Beijos




quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Você tem fome de quê? - Edição Manaus


Porto - Raissa Chaves Atzingen

Estudante de psicologia, vive no Porto, em Portugal, já há dois anos. A diferença do dia-a-dia quando comparado à Manaus, capital do Amazonas, cidade onde ela vivia antes, é gritante. Além do clima, que obviamente é muito distinto em cada um dos lugares, a cidade invicta portuguesa, apesar de oferecer pratos tão bons quanto famosos, não a faz esquecer-se das iguarias do norte do Brasil.

O sanduíche de tucumã com queijo coalho ou banana frita é uma delas. A fruta, descrita pela estudante como levemente amarga, vem de uma palmeira e é própria do norte brasileiro. Logo, não pode ser encontrada em terras lusitanas. Por saudades do lanche, a estudante disse quase só ter comido isso durante as primeiras férias que veio ao Brasil, depois de dois anos fora.

Se tu nunca escutou o sotaque manauara, dá o play e mata logo a curiosidadeee, meu filho! 


Bem acostumada com a cultura local,  seus pratos prediletos são também objeto de cobiça dos que ficam do lado de cá do oceano, como o bacalhau com natas, que, no bandejão da universidade onde estuda, a Universidade Portucalense, é trivial e pode ser comprado por nada mais que cinco euros. Também, a alheira de Mirandela, tipo de linguíça defumada, cuja receita é muito difícil de fazer, e com dificuldade, pode ser encontrada no Brasil.


Em seus planos, ainda há o projeto de continuar no Porto por, pelo menos, mais três anos. E para isso ser mais prazeroso ainda, encontrou lugares onde pode comer comida brasileira, quase como a original. Para outros que talvez estejam aflitos com saudades da terrinha, ela deixa as dicas:

1 - Prato feito do "O Chimarrão" - rede de restaurantes presente em quase todos os shoppings da cidade - que leva arroz, feijão preto, coxa de frango, picanha, lingüiça, salada, batata frita, farofa, ovo frito e banana empanada! Tudo isso por 5 euros.

2 - Pão de queijo do supermercado "Pingo Doce", pode ser comprado congelado ou quentinho, feito na hora. Depende da sua sorte!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Viracopos e uma playlist para vinhos


musica vinha cascais
Lojica de vinhos de Cascais, cidade vizinha de Lisboa















Oi Pessoal!


Nesse fim de semana passado (12.10), fui a Joinville visitar a Mari, que era minha vizinha lá no Porto e que escreve aqui e aqui, ó.

Bom, o fim de semana foi lindo e super legal, conheci a cidade dela e também fomos para a Oktoberfest em Blumenau! Showwww (heeeeey sexy fridaaaaa)

Mas, na volta, aconteceu aquele "probleminha" em Viracopos, como a maioria deve saber... Com o aeroporto fechado, sem previsão de volta ao funcionamento normal, a solução foi voltar de ônibus, desde Joinville até Campinas.

O que, traduzido em números, significou passar por três estados, cerca de 700 km, e believe or not, 11 horas em um ônibus. Bom, mas como não tinha o privilégio de ficar lá, curtindo as cervejas do sul, tive que encarar essa "opção"

Vou poupar vocês daquela parte de como é legal viajar 11 horas em um ônibus, e em especial, da parte em que as pessoas CONTINUAM a insistir em usar o banheiro que tem lá e as piadas que vão surgindo pela viagem, né. No final do dia, já me sentia próxima de todos os companheiros de viagem, mesmo tendo sido apenas ouvinte.

Agora vamos ao que interessa. Como todos devem imaginar, eu estava bem zuada no fim do dia... cheguei em Campinas às seis da tarde, e tudo em que eu podia pensar, era em chegar em casa, tomar um banho e abrir um vinho pra ficar de boa, relaxaaaaando...

EEEEEEEEE

Isso me deu a ideia de compartilhar aqui minha playlist para ouvir bebendo vinho. Assim, beber com amigos ou de casal, é muito legal, mas, eu acho que essa bebida, em especial, merece seu momento de exclusividade. Pra pensar, descansar, ficar viajando... enfim, whatever you want!

 Lá vai:

itunes
Playlist de quase duas horas: dá tempo de beber uma garrafa aí, não é, não?




























Ah, e gente, não, não é coisa de gente depressiva, muito menos alcóolatra tomar umas taças alone, get over it. Faz muito bem para reflexão! Hahahah Já dizia Shakespeare:

text shakespeare quotes
Parede de uma loja de vinhos de Sintra, cidade próxima a Lisboa


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dublin: Noite de calouros no International Bar e algo mais...

foto de Giuliana Ananias Wolf












Das muitas ambições que eu tenho nessa vida, uma delas sempre foi ir à Irlanda, então, já que eu tinha muito pouco tempo sobrando antes de voltar ao Brasil, decidí ir para lá junto com algumas amigas que estavam indo me visitar em Porto :)

A gente estava bem anciosa por essa viagem, e como já tinha conversado com um irlandês e pego algumas dicas, a gente meio que já sabia pelo que esperar. Em uma das noites livres que tivemos, fomos a um dos bares que ele nos havia indicado, o International Bar. Gente, que surpresa o lugar! Quando se vê de fora, parece só mais um pub de esquina, mas assim que entramos, vimos que não nenhuma mesa estava disponível, então, o cara do balcão disse que tinha mais espaço no piso subterrâneo. A gente foi, né, com aquela gritaria de brasileira em Dublin, imagina... SÓ QUE, lá embaixo todo mundo estava bem quietinho, e tinha uma pessoa num banquinho em cima de um palco improvisado. A gente conseguiu ficar no último sofazinho livre, que ficava bem do lado desse palco (e que na verdade deveria ser usado de apoio por quem fosse perform something). Bom, sentamos, pegamos bebida e um silêncio total, todo mundo prestando atenção e suuuper calado. Depois de uns 10 minutos, entendemos que aquilo era, na real, um show de talentos! A cada pouco um levantava e ia tocar, ou ler poema, ou fazer um monólogo... A gente se sentiu tipo em um American Idol, só que melhor, né! ahahha 

Bom, lá pelas tantas, o barman que tinha recebido a gente veio com uns papéis assim, tipo umas fichinhas, e disse que para quatro pessoas ficava por 5 euros. A cerveja já tava fazendo efeito, então o que pensamos é que aquilo era o ticket que a gente tinha que ter comprado pra ficar alí embaixo. Compramos. Meia hora depois, percebemos que era uma rifa!! Valia o cd da banda do barman, ou uma garrafa de vinho!
Já que tínhamos comprado 4 rifas, não foi such a surprise quando chamaram nosso número hehehe pena que só tinha sobrado a garrafa de Vinho Australiano...  

Aí, depois de algumas rodadas de talentos, um pessoal foi indo embora e pudemos sentar num sofá melhor. Não demorou muito, um novo pessoal sentou na mesa ao lado da nossa. Dois meninos e uma menina, da nossa idade também. Coisa de bar, começamos a conversar, eles eram todos de Dublin e nós, na ignorância, pensamos que eles tinham ido como nós, para assistir. Engano nosso... Depois de um tempinho, um deles foi lá e deixou todo mundo impressionado! Achei esse vídeo dele cantando a mesma música desse dia, pena que não é a versão acústica, como na hora, mas fica a dica! O nome do mocinho é Eli Kaldwell (@EliKaldwell).


Saindo de lá, comemos os tradicionais "Fish and Chips". Tá, concordo que a apresentação não tava lá aquelas coisas, mas deu pra comer...

foto de Giuliana Ananias Wolf
Fish and Chips: comida de bar boooooa :)


Agora vocês podem tá se perguntando do que se trata esse 'algo mais' que eu coloquei no título, né? Bom, acontece que na manháã seguinte, que coincidentemente era nossa última em Dublin, estávamos andando em uma das pontes para ir até a degustação de whisky Jameson, quando pensamos em parar em uma das pontes que separam o norte do sul da cidade. É TUDO VERDADE O QUE VEM A PARTIR DAQUI, juro!

Eu e as meninas estávamos na posição para tirar a foto, enquanto a última arrumava o timer da câmera. Não sei o porquê, nesse momento eu cantava "Mas o Amor Não Deixa", da Wanessa Camargo (???? não me julguem)... aí que uma mulher passava ao mesmo tempo alí por perto e começou a olhar de um jeito estranho, mas passou por nós e continuou andando. Quando começamos a gritar para a Natasha vir pra foto - ela tinha ficado arrumando o timer - essa mulher começou a voltar, andando bem rápido, se aproximou de nós, especialmente desta que vos escreve neste momento. SE APROXIMOU BASTANTE MESMO, TIPO QUASE ENCOSTANDO NO MEU NARIZ E CUSPIU NA MINHA CARA!!! E saiu, como se nada tivesse acontecido!!! Abaixo está a foto do cenário...


foto de Giuliana Ananias Wolf
Ponte onde a cuspida aconteceu...
























É, pois é, as vezes isso acontece. Há quem diga que foi por culpa da música que eu cantava, mas nunca saberemos. Alguém sabe se existe alguma coisa que possa explicar isso ou se a pessoa só era louca mesmo?

Bom, é isso, beijos!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Problemas na Itália: Entre Tapas e Beijos

Estação de trem de Milão, esperando o trem para Verona


Sempre que vamos programar uma viagem tentamos calcular a probabilidade de coisas que podem dar errado, mas eu imaginava situações do tipo "estou levando um casaco a menos, talvez eu passe frio". Mas é, o dia de todo mundo chega e viajando sozinho então, chega mais rápido ainda!

Quando decidí fazer minha viagem pela Itália, inicialmente eu e a Marta íamos juntas. Só que alguns planos foram mudando e cada uma decidiu ficar mais tempo em um lugar, mais em outro, então sempre rolava uma diferença no timing que cada uma chegava e a outra partia. A primeira cidade onde passei, tudo correu muito bem, obrigado! Milão tinha temakeria brasileira, brasileiros e host muito gente boa achado no Couch Surfing! Passei lá duas noites e a próxima cidade era Verona, para onde eu iria sozinha.

Você acha que em Verona tudo é romance?

Essas cidades menores da Itália, além de serem pitorescas, são mais caras e raramente têm hostel na área urbana. Então eu fiz uma reserva no Leoni Bed & Breakfast, que era próximo do que eu queria e também acessível. Bom, assim que cheguei à estação de trem, vindo de Milão, fui tirar dinheiro, já que esse e o meu próximo hostel não aceitavam cartões de crédito. Para minha sorte, e vocês já entenderão o porquê disso, escolhi tirar uns 100 euros. O dinheiro saiu, mas meu cartão foi engolido. Que beleza. Eu com uma mochila de 15 quilos nas costas, peguei o recibo do que tinha acontecido, fui até meu 'hostel', deixei minhas coisas e comecei a procurar a agência principal do banco cuja máquina estava na estação.

Um atendente ruivo apareceu e para minha sorte, falava inglês, já que eu não tinha paciência pra tentar o "mangiare que te fa bene" de cada bate papo ítalo-brasileiro. Ele conferiu o papel que eu dei, confirmou que a máquina era responsabilidade do banco, começou a fazer algumas ligações e pediu que eu aguardasse uns minutinhos. Aí, passado uns dez, ele me chama bem calmamente e começa a me explicar que aquela máquina era somente operada por outra máquina (eu imaginei tipo um caminhão de lixo, que ao invés de recolher, deposita dinheiro e leva embora eventuais cartões engolidos), e que portanto, nenhum nobre cidadão estava autorizado a tocar no meu cartãozinho. Mas que para o meu bem, assim que ele fosse encontrado sabe-se lá por quem, onde e quando, ele seria enviado de volta ao Brasil, novamente, sei lá para quem, para onde e quando, sendo que eu só colocaria os pés de volta na terrinha em pelo menos seis meses. NICE. Me acalmei e consegui não dizer qualquer coisa ruim para o maledeto, porque ele não estava autorizado a mexer na tal máquina, já que, oras, ele próprio não era uma máquina!

Percebi que o jeito era começar a solucionar meus problemas, ao invés de ficar gorando todo mundo mentalmente. Liguei no meu banco, a primeira coisa que me disseram foi "Tudo bem, seu novo cartão chegará de 3 a 5 dias úteis. Você só precisa passar o endereço para onde ele deve ser enviado". Chegamos no segundo problema: eu não sabia aonde estaria em cinco dias! Mesmo assim, respirei fundo e pensei que aquele era um problema que pertencia à Giu do futuro, e que a Giu do presente devia ir conhecer a cidade e se preocupar com esses 'detalhes' só de noite.

Fui, andei, gastei parte do dinheiro que eu tinha para visitar a casa da Julieta (não recomendo, mas isso é assunto para outro post), escrevi postais,entrei em igrejas, tirei fotos... Bom, no fim disso tudo eu já estava mais tranquila e calma pra resolver meus problemas, voltando para o hostel. Aí eu ví uma igreja e resolvi tirar foto dela com o tripezinho que tinha vindo junto com a minha câmera nova, já que já era de noite. Armei tudo, coloquei em cima de um murinho. Antes de conseguir sair qualquer foto, veio um vento, derrubou tudo no chão e a câmera, que estava com a lente para fora, ficou toda amassada, perdeu a capacidade de focar ou de mover a lente. NICE 2.

foto de Giuliana Ananias Wolf
Antes e Depois:  tivesse eu ficado satisfeita com a primeira foto e parado de tentar a perfeição...














 É, ví que não era meu dia, então voltei ao hostel para começar a solucionar meus problemas. Nessa mesma noite, com todos esses contratempos, começou a me dar uma alergia nos braços e nas pernas, acho que por stress... não tinha comido nada de diferente ou tomado remédio.

O pessoal do cartão pediu o prazo de 3 a 5 dias úteis para chegar um novo, só que eu tinha que dar o endereço para onde ele seria enviado, certo? Nesse tempo, eu estaria em Bolonha e anteriormente tinha programado ficar lá uns 3 dias, com esse prazo tive que esticar para ficar uns 5, já que tinha um fim de semana no meio. SÓ QUE, o único hostel que existe em Bolonha, fica fora da cidade, meio que no meio do mato, aí não dava, né.. Achei um hotel 1 estrela, na promoção e reservei duas diárias, esperando que meu cartão chegasse na sexta-feira, ao invés da segunda-feira (como era possível). Pensando já na possibilidade de eu ter que ficar lá até segunda-feira, fui a um encontro de Couch Surfing, pensando em encontrar alguma casa onde eu pudesse ficar =B

foto de Giuliana Ananias Wolf
Veneza: as únicas fotos que tenho são do cel :( mimimi










O encontro aconteceu num pub, tinha (claro) italianos, russos, ingleses, super legal! Todo mundo era muiiiito gente boa, e de cara, já encontrei três pessoas que se despuseram a oferecer seus sofás, caso eu tivesse que passar o fim de semana em Bolonha. Obviamente meu cartão acabou não chegando até a sexta feira, então eu deixei avisado no hotel que algo chegaria em meu nome e fiquei na casa do Pietro durante o fim de semana. Conheci tanta gente e tantos bares que só isso já rendia um post (e vai render). Aliás, foi na companhia dele que eu conheci a Melania, como eu contei aqui.

Ah, também não posso esquecer de mencionar que minha dieta na Itália era constituída integralmente por pizza e sorvete (receita da felicidade)... mas tanta felicidade tem seu preço: na minha última tarde em Bolonha fui ao correio enviar vários postais e do nada minha pressão baixou, caí no chão, desmaiei e tal, mó cena! Mas a italianada toda veio me acudir, então depois de uma meia hora sentada consegui levantar e ir embora! =)


foto de Giuliana Ananias Wolf
Tortas, pizzas, sorvete, fritura, petiscos... a base da minha alimentação na Itália!


































Ah, nessa época também estava muuuito frio, todas as manhãs eu escutava "hoje neva, hoje neva!", e eu, bobona que nunca tinha visto isso, ficava toda deslumbrada esperando, né. Mas tive qu partir para Florença, ou seja, mais para o sul da Itália e sabia que as chances de nevar diminuiam também. Nice 3.

Cheguei! Eu fiquei meio perdida, não sabia direito para onde ir, então peguei um taxi para ir até meu hostel. Entrando... quelle surprise! O hostel deixava a desejar em quase todas as maneiras possíveis, como eu já contei aqui. Assim que cheguei, liguei meu computador e ví fotos no facebook dos amigos que eu tinha feito em Bologna: meio metro de neve nas ruas. E pra mim, e pra mim?? Nada! ahahhah Decidí ir para o pub super simpático que havia alí perto e saindo na rua percebí uma coisa diferente na chuvinha que estava caindo: ela era um pouco mais sólida e um pouco mais branca do que o comum! Ví também que no meu casaco preto ficavam umas marquinhas brancas, ou seja, de uma maneira míííínima eu estava vendo neve!!! Uuhhhhhuuuulll! Entrei no bar, pedí uma cerveja e comecei a mandar mensagens aos meus amigos de Bolonha contando a "novidade". Muito bom, muito bom!

Só depois de todoooos esses perrengues é que fui encontrar a Marta de novo. Combinamos de nos encontrarmos em Florença para irmos até Pisa juntas. Após isso, comecei a me progamar já para ir até Roma, comprar tickets do trem e tal. Chegando lá, mais ao sul ainda, não esperava ver muita neve. Mas aí fui surpreendida novamente: nevou DEMAIS, demais, demais. (contei aqui). Achei que não haveria qualquer cotratempo nessa cidade, por já ser familiar, mas obviamente eu estava errada. No último link aqui em cima, tem também a história dos Pelados em Roma! A parte boa disso tudo é que no meu quarto estava um casal de brasileiros. Conversando com eles, a moça me disse que tinha acabado de se formar em Medicina, especialização? DERMATOLOGIA! Na hora pedí para ela ver meu braço, porque minha alergia ainda não tinha melhorado. Ela confirmou, disse que logo aquilo passava e disse que a pomada que eu estava usando era a certa mesmo! Ufa!

Bom, gente, o texto tem vários links porque contar a história toda de 15 dias aqui ficaria longo demais, além disso, cada uma das histórias linkadas são boas demais e merecem um post próprio :))

E além disso, por mais que nessa viagem muitas coisas não tenham dado certo, a Itália conseguiu ser o país que eu mais gostei de conhecer, porque voltei com a sensação de realmente tê-lo conhecido, ainda que tenha passado 'só' por Milão, Verona, Veneza, Bologna, Florença, Pisa e Roma. As pessoas, a comida, as festas, os vinhos, tudo, tudo, tudo!

No fundo, isso é também para encorajar quem tem a vontade de viajar, mas fica sempre esperando os amigos exatos para ir, ou uma oportunidade perfeita, coisas raras, sinceramente. O jeito é aproveitar do melhor jeito, da maneira possível, porque no fim, os perrengues sempre são boas recordações e histórias para se contar.

Beijos, Giu!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Petiscos do Mundo: Tremoço

Quem é que não gosta de tomar uma cervejinha/caipirinha/mojito/vinho e afins enquanto viaja? A bebida é sempre bem vinda e vale a pena experimentar em todos os lugares, claro! Mas todos sabemos que bastam uns golinhos para o apetite abrir.

Hoje vou falar do que se come em Portugal quando isso acontece. Apesar da farta produção de azeitonas, o que mais se vê como petisco em bares são os "tremoços". Eu não sabia, mas achei recentemente que no Brasil também comemos isso (sou uma frequentadora assídua e nunca ví, mas não duvido... alguém aí tem esse hábito?)

Então, ele é uma semente, que depois de cozida, é colocada em conserva, até que se perca o gosto amargo original. Depois disso, ele fica salgadinho, sem um gosto muito peculiar. A gente se diverte só pela maneira como tem que comê-lo, espremendo até o "recheio" sair de dentro da casca.

O resultado é esse aqui embaixo, ó:

foto de Giuliana Ananias Wolf
nhammmm













































+ E então, alguém já conhecia?

Beijos, Giu!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sobre Alemãs, Gordons e The Dubliners

"- Posso te contar a história de como meus pais se conheceram? É ótima!  
- Claro...
- Então, meu pai tinha uns 22 anos e resolveu ir fazer um mochilão pela Alemanha... Saiu da Irlanda e foi lá viajar. Uma das coisas que ele fazia para se manter era tocar em bares, tipo voz e violão, sabe? Aí ele tocava sempre num mesmo bar, em uma cidade que ele ficou mais tempo. Minha mãe, uma linda, linda, linda loura, com os cabelos compridos viu ele um dia tocando aquela música Peggy Gordon. Sabe quando você tá com as suas amigas e aí vê um cara e vocês começam a se cutucar olhando pra ele? Então, ela e as amigas começaram, tipo "Ai, olha alí, o cara da 'Peggy Gordon'"... Troca de olhares vai, troca de olhares vêm, eles começaram a se falar. Meu pai, sim, ele é genial. Porque depois de disso, ele começou a conversar com ela, com a irmã e os amigos delas que estavam junto. Não me pergunte como, mas meu pai levou todo mundo de volta para a casa da minha mãe, onde ela ainda morava com os pais, meus avós. O melhor é que no meio disso tudo, ele conseguiu deixar minha avó bêbada. 
- Wow! 
- É, eu disse, ele é genial. Depois de um ano de namoro, eles se casaram, e depois de mais um ano, tiveram meu irmão. Eu fui acidente, nasci só oito anos mais tarde. E aí eles me colocaram o nome de Gordon, como a música, que foi a razão de eles terem se conhecido."


" - Can I tell you the story of how my parents met each other? It's a great one! 
- Sure... 
- So, my father was around 22 years old when he decided to become a backpacker around Germany... He left Ireland and started his trip. One of the things he would do to pay his travlling was to sing and play at some bars, like only his voice and the guitar, you know? So, when he stayed in a city for a bit longer than the usual, he started to play at this bar. My mother, a beautiful, beautiful blond girl, with a very long hair, one day happened to see him playing that song Peggy Gordon. You know when you have your frineds and you see some guy, and because of that you all start kind of pushing each other very softly? So, my mother and her friends started doing it, like "Oh look, the guy from 'Peggy Gordon'"... After some "exchanging glances", the two of them started to talk. My father, he's a genius. 'Cause after that, he was talking to her, to her sister and all the other friends together. Don't ask me how, but he managed to take everyone back to my mother's house, where she would still be living with my grandparents. In the middle of it, I don't know how, he got my grandmother drunk. 
- Wow! 
- Yeah, like I said, he's a genius. After dating for one year, they got married, and one after one more year, they had my brother. I was an accident, I was born only 8 years lates. And when it happened, they gave me the name "Gordon", because of the song that was the reason for them to meet."

*

Ontem, estava eu no Ryan's Irish Pub, aqui em Porto, quando o mais inesperado aconteceu: um irlandês veio falar comigo e com a minha mãe! Ele contou que veio pra cá passar uma semana para comemorar que a Irlanda, depois de 10 anos, voltou a participar de um grande campeonato - a Copa Europa, no caso :)

Aí, que em algum momento da noite ele resolveu contar essa história de como os pais dele se conheceram (coisas que só a cerveja explica), eu fiquei um pouco curiosa e fui procurar a respeito da música. Bom, a versão original é do grupo canadense The Corrs, lá de 1950. A música foi regravada e reinterpretada many, many times.

Yesterday, I was at Ryan's Irish Pub, here in Porto, when the most unexpected thing happened to me: an irish guy came talk to me and my mother! He told us he had came here to spend a week, celebrating that Ireland, after 10 years, was back playing in an important tournament - Euro Copa :) 

So, at some point of the conversation he decided to tell the story of how his parents met (things that only beer can explain), I was a bit curious about ir, so I decided to search about the song. Well, the original version belongs to the Canadian group The Corrs, from 1950. The song was recorded maaany times...



Não sei vocês, mas eu acho o máximo ver regravações, então fui procurar e uma dessas reinterpretações foi feita pelo grupo 'The Dubliners', obviamente irlandeses e de Dublin, lá da década de 60! A regravação tem aquele tom Irish mesmo, tão pra ouvir em um bar, sonhando com a Irlanda... Ah, segundo o last.fm, a música mais escutada desse grupo é a "Whiskey in The Jar" :) #euquero

I don't know about you, but I like a lot to listen to diferent versions of the same song, so I searched for the one made by "The Dubliners", of course, they're Irish, from Dublin and from the 60's decade! Their version have this Irish air, to listen while in a bar, dreaming about Ireland... Oh, according to last.fm, the most played song of the group is "Whisky in The Jar" :) 


Fuçando mais um pouco, ví que essa música está também em um filme recente, de 2005, "The Proposition", que foi escrito pelo músico Nick Cave... #todasbaixa.

Searching a bit more, I found that this song is also in a recent movie, from 2005, "The Proposition", written by the musician Nick Cave... 

foto de Giuliana Ananias Wolf
Meu bloquinho (sempre útil) com as dicas do Gordon sobre os melhores pubs de Dublin :)))






























"I put my head to a glass of brandy
It was my fancy I do declare
For when I'm drinking I'm always thinking
And wishing Peggy Gordon was here"

EEEEE =) essa foi a homenagem do Viagem Tipo Exportação ao dia dos namorados :))) Afinal, isso tudo aconteceu ontem mesmo, dia 12 de Junho!

Beijos, Giu! 


sábado, 9 de junho de 2012

Falando em beber...

Depois de séculos de piadas para com nossos queridos coleguinhas portugueses, fazendo graça de seus bigodes e dons mentais, eles encontraram um jeito de se vingar. Sabendo bem da nossa tara por cerveja, resolveram nos confundir nomeando o tamanho dos copos onde elas são servidas. Tudo isso para que, quando chegássemos sedentos por esse bendito líquido, eles pudessem dizer que não têm "chopp" e vissem aquele grande ponto de interrogação nos estampando a cara...

Então, aqui vai um guia para aprender a pedir quando estiver em terra lusitanas e mostrar que brasileiro é esperto até bêbado!

foto de Giuliana Ananias Wolf
Foto tirada no Café Piolho, aqui em Porto



















Fino: Essa é a menor medida de cerveja, tem 200 ml, ou 20cl como eles dizem aqui;
Príncipe: Esse vem com 300 ml;
Rei: Esse último, com 400 ml;

Tem ainda os BALDES, que geralmente têm 500 ml e podemos colocar lá o que quisermos, hihihi... Então dá pra pedir também um balde de cerveja! Ah, pra quem interessa, Super Bock é a cerveja mais famosa aqui de Portugal, a mais comum de encontrar nos bares e tal, junto com a Sagres. 

Existe também uma outra coisa que se chama PANACHÉ. Eu ainda não experimentei por falta de coragem, hahaha, isso é a mistura de cerveja com 7 UP, um tipo de Sprite, sabe? Se eu experimentar, coloco aqui meu review. Alguém já provou? Deixem a opnião aquiii para a galere :) 

foto de Giuliana Ananias Wolf
Panaché: A combinação de cerveja com 7UP




















Como já se dizia...
"-Um bebedor de cerveja! gritou o conde erguendo a cabeça com uma indignação cômica. - Minha querida, diante de mim, pelo menos, não diga isso se não queres fazer-me cabelos brancos! Estimo os ingleses e respeito a cerveja. Um bebedor de cerveja! Um moço daquela perfeição!... - murmurava ele, fazendo ranger a pena." O Mistério da Estrada de Sintra, p. 106 - Eça de Queiroz

Beijos, Giu

domingo, 27 de maio de 2012

Portugal: Queima das Fitas - Serenata

Há cerca de três semanas estava acontecendo aqui em Porto a famosa QUEIMA DAS FITAS. Essa festa carrega o peso de ser chamada de melhor e maior festa universitária da EUROPA. Para quem é intercambista é bem difícil entender o significado de tudo que se passa nessa semana, já que há festa toda noite e férias da faculdade ao mesmo tempo... tem que rolar uma concentração para acompanhar tudo que eles fazem!

A história da queima é bem longa, e advém da "Festa da Pasta", iniciada no Porto em 1920 por estudantes de Medicina, e em Coimbra um pouco antes, em 1918. Antigamente, a festa representava a despedida dos finalistas, que passavam suas pastas (uma pasta que carregam e que faz parte também do traje) aos que estavam no penultimo ano de faculdade, rumo ao último. Hoje ela celebra dois momentos: a primeira vez que os caloiros vestem o traje (tão polêmico e que eu expliquei aqui) e o último semestre dos veteranos que se formam em julho. Ou seja, é a maior concentração de pessoas trajadas por metro quadrado que todos têm a oportunidade de ver! Além dos caloiros e doutores finalistas, tem muito, muito, muito pai e mãe de família vestindo a capa de novo e indo para as cerimônias.

Eu já disse em outro post o quanto eles levam isso tudo a sério, e realmente, eu me assustei quando me dei conta de que essa foi a ÚNICA coisa que parou a cidade durante o tempo em que eu estou aqui. Natal? Blé... Ano novo? Blé... Carnaval? Blé... Porto campeão nacional? máromenoss.. mas na queima, meu Deus! A cidade toda parou mesmo, foi impressionante!

Como eu ainda não tinha ido visitar Coimbra, achei que seria uma boa ir lá durante a queima, já que a de lá começava antes da de Porto e poxa, é A cidade universitária de Portugal, né. Esse aqui foi o vídeo promocional, ó:



Bom, fui com mais alguns amigos e a expectativa estava lá em cima, mesmo não sabendo bem como funcionava.  Na noite da serenata é também quando os caloiros vestem o traje pela primeira vez e têm suas capas traçadas. Explico: quando se veste o traje à noite, a capa sempre tem de estar escondendo qualquer parte branca da roupa que o universitário esteja usando, mas para podertraçar sua capa, claro, tem todo um protocolo, a la vida portuguesa mesmo.

Abaixo está a primeira imagem que vimos ao chegar na Sé Velha, praça onde acontece a Serenata. Isso é só o que dava prara mostrar, pois toooodas as ruazinhas que davam nessa praça estavam completamente lotadas e intransitáveis.

foto de Giuliana Ananias Wolf
Praça da Sé em Coimbra na Queima das Fitas de 2012 - 1º dia: Serenata





































 Aviso para quem um dia pensa em ver a queima: a serenata acontece sempre na primeira noite e, não há agitação, todo mundo vai para ficar quietinho ouvindo FADO. Se você já conhece o fado, já percebeu qual a vibe da coisa. Se não, dá um play nesse vídeo e vai entender exatamente como é. Aí, você junta essa música com o sentimento de estar acabando a faculdade. É como se fosse uma festa de formatura que dura para sempre hahaha nunca ví gostarem tanto de sofrer com despedidas como nessa noite... 


Na segunda noite da queima de Coimbra, fomos à festa propriamente. A festa acontecia no "queimódromo" e é um misto de Rodeio (só que sem os tourinhos e peões) com as festas dos jogos universitários. Não falta bebida, gente nova e música. Lá em Coimbra teve o show do REVELAÇÃOOO (muuuito bom, btw), PLUS vááárias tendas com todos os tipos de música. Em cada tenda tinha também um tipo de bebida. Recadinho para a organização: ano que vem vocês podiam colocar mais do que só uma barraca com shots, né!

foto de Giuliana Ananias Wolf
Uma das tendas na Queima de Coimbra


















 

O queimódromo teve nossa companhia até as 6 da manhã, quando já tinha acabado tudo mesmo e viemos para Porto direto. No mesmo dia ainda tínhamos que ir à queima daqui! Não encontrei os números de Coimbra, mas aqui a festa movimenta cerca de 350.000 estudantes (!!!!!), de acordo com a Federação Acadêmica do Porto. Olha só umas coisas que eu registrei durante a primeira noite: 

foto de Giuliana Ananias Wolf



+ Reparem que nesse vídeo aqui em cima, logo no comço, nenhum dos trajados tem a capa traçada...

Bom, essas imagens e vídeos foram feitos na Praça dos Leões, local onde está a Reitoria da Universidade do Porto. Na verdade, todos chamam alí de Piolho, pois há também um bar com esse nome que se tornou "legendary". Prometo post sobre ele ainda! Dá para ver no vídeo a agitação que acontecia no dia, né? Depois disso tudo, fomos para o queimódromo. Aqui é bem diferente de Coimbra, pois ao invés de tendas, há barraquinhas de toooodos os cursos das universidades aqui de Porto.  Quem monta, trabalha e toca o negócio são todos estudantes. O legal (ou confuso) é que cada uma delas toca uma música diferente e extremamente alta, ao mesmo tempo! E todoas estão coladinhas, então depois de umas biritas, o negócio vai ficando difícil... é gente que chega em casa e não reconhece a mãe, gente que não sabe como voltou para casa, gente que se perde, gente que faz xixi no lugar errado e por aí vai...

queima das fitas porto
Barraquinhas na queima (imagem de www.fap.pt)











Até aqui, só falei da primeira noite da queima das fitas, imaginem que ainda há outas cinco noites! Vou fazer uma série de posts explicando cada uma delas e o porquê de tudo. Até a próxima =)

Beijos, Giu!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mas afinal, isso é português ou brasileiro? - parte II

Outro dia eu estava aqui em casa com uma amiga que é portuguesa (Oi Rita!) falando sobre tipos de pessoas e essas coisas, aí ela resolveu me mostrar um vídeo, cujo título era "Tipo Javardola, Menos Quando Fala Francês". Primeiro pensei que "Javardola" fosse o nome do personagem, mas vendo o vídeo percebí que não se tratava disso, mas também não sabia dizer o significado exato. Perguntei então, pela definição. A Rita sanou minhas dúvidas, dizendo "É uma mistura de badalhoco com azeiteiro". Ah, aí eu entendi tudo, né! Fim!

vocabulario portugues brasileiro
Livros usados à venda na Livraria Chaminé da Mota, aqui em Porto - um jeito de aprender um português que já foi...

Mentirinha, hehe, não se achem ignorantes, porque na verdade, só consegui rir quando ela disse isso, já que as coisas tinham ficado ainda mais confusas.

Agora vou esclarecer, prometo. Badalhoco seria um daqueles caras que são porcos, tanto no sentido físico, quanto no modo de tratar as pessoas; Azeiteiro, alguém que tem muito mal gosto quando se veste, fala tudo errado, só usa palavrões. A soma dos dois forma um perfeito javardola, aquele que 'não sabe se comportar em público, e que tem muito mal gosto e aspecto. Geralmente tem um vocabulário agressivo e rude' - segundo dizem minhas fontes =P.

Bom, aí um dia desses, de novo, estava conversando com um amigo português e estava tentando dizer a bendita nova expressão que eu tinha aprendido. De tão bem que aprendí, já não lembrava mais - hahaha - e comecei a descrever as características, e ele começou a chutar os adjetivos possíveis. Até que disse "é paneleiro?" - essa eu decorei e sabia que não era, pois é uma das maneiras de se chamar alguém que é homossexual. Continuei explicando, até que cheguei na palavra 'chulo', que está para o nosso "brasileiro", assim como javardola está para o português deles. Ele olhou, pensou e chegou à conclusão de que eu não sabia o que essa última palavra realmente significava. Me perguntou se eu sabia o que era um pimp... Lembrei de uma festa que já aconteceu aqui em Porto de nome 'Pimps & Hoes'. Respondi "É um cafetão?", ele confirmou, "Pois! Isso é que é um chulo cá".

Aqui está o vídeo que gerou todas essas confusões, mas o que vale é que no fim todos se entenderam - haja comunicação, viu!



+ Para ler o primeiro texto sobre este assunto, clique aqui. =)

Beijos, Giu!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Porto: Caloiros Praxados, Doutores Trajados e a Tuna!

Sei que está quase no fim do semestre, mas ainda dá tempo de falar sobre algo que é tão importante aqui no Porto. Aqui, o trote, diferente do Brasil, dura quase dois semestres e leva o nome de "praxe". Tudo é muito diferente e extremamente levado a sério. 

Em Porto eu estudo na Universidade Fernando Pessoa e logo nos primeiros dias, fui ver a praxe que estava acontecendo no campus, e aí ví o discurso um dos veteranos aos caloiros. Em um trecho ele disse: "Antes de querer conhecer os que estão de preto, preocupem-se em conhecer os que estão ao seu lado, pois estes é que seguirão com vocês na faculdade.". 

foto de Giuliana Ananias Wolf
Praxe em Setembro de 2011 na Universidade Fernando Pessoa




















Os "de preto" são os veteranos, e essa foto ilustra o porquê de eles serem chamados assim. Eles têm de se vestir com tipo um traje social (camisa branca, calça preta social, paletó - para os homens - e para as meninas, o mesmo, a diferença é que usam saia + meia-calça.), MAIS uma capa preta, que trás junto consigo muitas, muitas regras. Vou tentar colocar aqui algumas que eu já aprendi: 

1) ELA NUNCA DEVE SER LAVADA, NEM DURANTE, NEM APÓS A FACULDADE. NUNCA;
2) À noite, a capa deve estar traçada, para que fique impossível de se ver qualquer pedaço branco do traje;
3) Quando se está com a capa, não se usa guarda-chuva; 
4) Se você quer usar o traje um dia, tem que participar da praxe; Se quer praticar os "trotes", tem de a estar trajando;
5) Como dá pra ver pela na foto, essa capa é bem longa! E aí, como aqui em Portugal essa coisa de hierarquia é MUITO importante (e faz-se questão de mostrar isso a todo tempo), eles acharam um jeito também de mostrar o quão veteranos são: se a pessoa está na faculdade há um ano, pode dar uma volta na capa, se está há dois anos, duas voltas, e a ssim sucessivamente;
6) Depois de se tornar dourtor, pode-se usar a capa sem o traje por baixo. Assim, mais descontraído sabe, tipo jeans e capa;
+ Alguém sabe de mais outras? :)

foto de Giuliana Ananias Wolf
1ª Foto: Doutores à espera dos caloiros na FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto); 2ª: doutores em Coimbra na Universidade de Direito, posando para foto; 3ª: "sujeirinha" na capa do senhor doutor aí. Vai saber desde quando...


























E aí, rola toda uma dedicação. O legal é que tanto os doutores, quando os caloiros têm muito trabalho. Seja domingo com chuva, seja tarde ensolarada, eles estão lá, fazendo o que têm de fazer. Tem um respeito enorme que começa quando o caloiro não tem permissão de olhar nos olhos dos doutores, além disso, têm de carregar na bolsa uma camiseta que lhes foi entregue no começo do semestre (nela está o novo nome do bixo/bixete + o curso que está fazendo) e vestí-la sempre que mandarem. Logo no início do semestre passado, ví caloiros pedindo permissão para sair do campus para almoçar, e os que não pediam, eram questionados. 

Existe também outro tipo de praxe: aquela à quem quer pertencer à Tuna. Explico: tuna é tipo um coral que cada curso tem. Eles cantam, dançam participam de festivais competindo entre sí. Uma mistura de fado com o espírito acadêmico. Eu sempre imagino tipo um Glee português! <3 (Que ninguém de qualquer tuna leia isso hahaha)

doutores na feup 2011
Apresentações de Tunas

 Esse vídeo aqui embaixo eu fiz logo quando cheguei, era a Tuna de alguma faculdade (sorry, na época não pensei que colocaria isso em um blog...). Eles estão cantando e tocando, as capas estão ao chão (nunca lavarás tua capa, lembra-se?). Com certeza tudo isto estava bem organizado pelos caloiros, que, quando pretendem participar da Tuna, têm de fazer todo o trabalho de limpar, carregar e afinar os instrumentos, além de ensaiar. Aqui, a praxe pode durar até três anos, até que o caloiro se torne um "tuno". O engraçado é que às vezes (e na maioria delas), a pessoa já não é caloiro, mas na tuna ainda atua como se fosse, ou seja, é muito mais difícil entrar lá!




Esse segundo vídeo é da última apresentação que eu ví. Achei o máximo, era tipo um festival e várias tunas se apresentaram lá. Detalhe: os de chapéu e bengala são todos os que se formam ao final deste semestre. A cor da cartola varia de acordo com a cor do curso, assim como a da bengala. A tradição diz que quem se forma tem que levar quantas bengaladas quiser, e pode ir escolhendo os amigos, parentes, professores, ou seja, qualquer pessoa que tenha sido importante de alguma maneira. Tudo isso para dar sorte <3 Legal, né? 

Curiosidade: Porto é cheio de lendas, uma delas é que o traje usado para a série de filmes "Harry Potter" tenha sido inspirada no que os universitários usam cá, já que a autora dos livros morou aqui em Porto por muito tempo e é casada com um português.

+ Assim como no Brasil, onde existe quem se diverte com os trotes, mas existem também os que não aprovam nada, aqui em Portugal muita gente não é a favor da praxe ou do traje. O que faz surgir apelidinhos carinhosos aos doutores, como "morcegos", "harry potters", "da capa"... e por aí vai! 

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco disso, porque isso tudo aqui é a própria essência do que é ser universitário em Porto!

Beijos, Giu

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre fotos e livros

Vou falar hoje de duas coisas que gosto muito: livros e fotografia. Quando estive em Londres fui à exposição da artista Gillian Wearing, fotógrafa britânica que mostrava alí, por meio de fotos e vídeos, as preocupações e inseguranças que todos têm, mas escondem através do vestuário, postura ou papel que representam na sociedade. Muito, muito, muito interessante. Saindo da exposição, fui à livraria da galeria onde eu estava, pra dar uma fuçada no que eu podia encontrar de interessante.

Bom, encontrei um livro chamado "If You Leave", resultado de um Tumblr criado por Laurance Tarquin Von Thomas, cuja ideia consiste em jovens fotógrafos retratarem o sentimento de solidão, nostalgia e abandono, e percebi que na verddade, essas são coisas que todo mundo acaba sentindo em algum momento enquanto está em uma viagem longa. Fuçando pelo site do fotógrafo, ví que ele tem outros projetos que partilham mais ou menos do mesmo tema. Para quem quiser ver, é só clicar aqui. O livro trás fotos tiradas no mundo todo e tem até brasileiros no meio! Selecionei uma para colocar aqui, que claro, pertence a um brasileiro! Não é só pela conterraneidade, a foto foi uma das minha preferidas mesmo :P Confiram aqui embaixo. Para comprar o livro, dá pra ser online no próprio site.















E aííí, depois de ter visto esse livro, lembrei do Post Secret, um projeto também que já existe há abastante tempo e começou quando o idealizador, Frank Warren, pediu a estranhos que enviassem seus melhores segredos anonimamente, para que as pessoas que enviassem, por um lado, se sentissem aliviadas por partilhar aquilo, e de outro lado, para que quem visse o segredo alheio pudesse identificar-se com os sentimentos revelados. O legal é que pessoas do mundo todo passaram a enviar seus segredos e todos os temas são abordados, o importante é ter criatividade na maneira de contar o babado ;). O site é atualizado todo domingo de manhã e os segredos que ficaram lá por uma semana, são substituidos por novos. Como a procura foi tão grande, deu origem a cinco livros, que podem ser comprados no Amazon ou em qualquer livraria para quem está nos Estados Unidos. Os preços online vão desde U$S7 a U$S20, mais ou menos.





















Today I'll talk about two things I really enjoy: books and photography. When in London, I went to Gillian Wearing's exhibition, a britsh artist that was using pictures and videos to show the worries and insecurities that all of us have and end up fidding ways to hide it from the world, by the way we dress, the way we walk or the function one develops in society. Really, really interesting. When I finished seeing it all, I stoped by the gallery's bookstore where I was to look around and try to find something cool.

I found a book called "If You Leave", the result coming from the Tumblr created by Laurance Tarquin Von Thomas. His idea was to make young photographers shoot scenes that could capture the feeling of loneliness, nostaly and abandon, and I realized that these are feelings everyone has at least once while doing a long trip. Looking at his website, I could see he has some other projects, kind of related to this one. If you want to check it out, just have to click here. The book brings pictures that were taken all over the world, and there's even some brazilians! I selected one to put here - from a brazilian - not just because we're from the same place, but it was one of my favourites. If you want to buy the book, you can do it at the website.

So, seeing this book reminnded me of Post Secret, a project that's been going on for a long time and started when Frank Warren asked strangers to send their best secrets anonymously, so when they did it, in one hand, they could feel better for sharing it, and in the other hand, those who read it, could feel conected and somehow understood. The cool thing about it is that secrets started to arrive from every country, talking about all subjects. The most important thing is to be creative in the way of telling your secret :) A new post goes online every sunday and all of it brought the project to 5 books so far! You can buy them on Amazon or any bookshop. Prices can go from $7 to $20.


Alguém sabe de mais algo do tipo???
Beijos, Giu!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Hostel na Itália: Pelados em Roma

foto de Giuliana Ananias Wolf
O Coliseu todo coberto de neve em Fevereiro de 2012.

A história que eu vou contar agora seria muito mais engraçada se não fosse trágica. É que essas histórias de hostels sempre seriam melhores se tivessem acontecido com amigos nossos, mas quando é com a gente... 

Bom, quando fui à Roma fiquei no famoso Yellow Hostel. Já era a segunda vez, e na primeira tudo havia corrido muito bem. Esse lugar é famoso por ter um ambiente muito divertido e gente acaba mesmo fazendo amigos de maneira muito rápida lá. Afinal, o que esperar de um lugar cuja única área comum é um bar? =D 

Eis que no final de fevereiro deste ano, escolhi ficar num quarto com seis pessoas, já que recém havia passado por situações mal-cheirosas em outro lugar (como eu contei aqui). Eu não conhecia ninguém que estaria lá comigo, mas logo fiz amizade com todos no quarto: um casal e mais um rapaz, todos brasileiros, um americano e um grego. Na primeira noite em que o quarto estava com essa configuração, as coisas correram muito bem. Com exceção do americano, eu e o quarto todo, mais uma amiga minha que também estava ficando lá (Oi Martaa!), descemos ao bar, tomamos uns drinks e voltamos para dormir, pois o dia seguinte seria cansativo.

Tudo bem, tudo lindo. No dia seguinte Roma amanheceu ainda mais fria e havia neve para todo lado. Não sei ao certo há quanto tempo é que não nevava daquela maneira. Lembro que quando eu estava lá, ouvi de tudo entre cinco e trinta anos! A questão é que era nítido que a cidade não estava preparada para o susto que levou: o Coliseu, o Fórum Romano, o Palatino tiveram de ser fechados e as escolas também. Então não foi nada fácil se ocupar o dia todo de andar em uma cidade com a maioria das atrações turísticas fechadas, tendo de aguentar o frio de 0º AND a roupa e os pés encharcados! Mas ué, viemos para turistar, né? O casal ficou andando a esmo, já que nada estava aberto. O grego, fotógrafo que era, saiu mais cedo do que todo mundo para fazer fotos daquele acontecimento. Eu, o Guilherme (o outro brasileiro do meu quarto, e que também aparece nesse post aqui) e a Marta (morava comigo aqui em Porto e também estava em Roma), fomos andar pelas atrações e tirar fotos com bonecos de neve. Weeeeeeee

foto de Giuliana Ananias Wolf
Eu e a Marta tentando posar pra foto no Vaticano e a situação das motos na rua.


Independente do que cada um havia feito, todos estávamos muito cansados, então descemos para outros drinks! Eu e os dois meninos fomos antes, um pouco depois chegou o casal. Quando a Mariana* e o Lucas* encostaram na mesa, já logo disseram que ela havia perdido a carteira e que teriam de porcurá-la e saber o que podia acontecer com os cartões que estavam lá dentro, enfim, seguir o protocolo de quando algo do tipo se dá, então voltaram ao quarto. Depois de, sei lá, uns quarenta minutos decidimos subir também. 

Quando entramos no quarto os dois estavam olhando o computador para buscar as informações necessárias, mas a primeira coisa que fisgou nosso olhar foi a beliche que, de frente para a porta, habrigava dois homens dormindo juntos e nus na cama de cima. É. Quelle surprise. Um deles era o americano, o outro, um funcionário do hostel que era filipino. Os casal brasileiro disse que antes que eles descessem para o bar, um pouco mais cedo, os dois estavam chegando ao quarto e foram também convidados a se juntar a nós. Eles disseram algo do tipo "Não, a gente já bebeu muito, mas vão vocês e fiquem por lá um tempo"...  Quando então, eles retornaram ao quarto para cuidar dos cartões da Mariana, tinha muita ação rolando e ninguém se sentiu constrangido de continuar... (e depois brasileiro é que é tudo safado, né?!) 

Para o azar do Guilherme, todas as roupas e lençóis dos dois de cima, agora um casal, haviam caído na cama dele. A cena era tão surreal que ninguém tinha muita reação de primeira. Depois de uns 10 minutos tentando acordar qualquer um dos dois sem sucesso, chamamos um rapaz da recepção para tratar daquilo. Quando ele chegou, ficou beeem sem graça por ver que parte do problema era o colega dele, que além de trabalhar no hostel, estava completamente bêbado e incampaz de entender o que estava acontecendo. Daí começaram a acontecer as coisas mais bizarras que eu já podia ter visto. O funcionário começou a ajudar o filipino a se vestir, enquanto que o americano se enrolou nos lençóis e SALTOU de cima da beliche, se estabacando no chão. Depois disso, o Guilherme pediu que todas as coisas que haviam caído em seu colchão fossem retiradas, assim como a própria roupa de cama que lá estava antes. O funcionário voltou em poucos minutos com tudo novo. No entaaaanto, o americano se sentiu ofendido com isso,  falou qualquer provocação e saiu do quarto. 

Passados uns dez minutos, outra funcionária do hostel chegou. Quando questionada sobre o que seria feito do que havia acontecido há pouco, ela fingiu não saber do que se tratava e disse que qualquer reclamação deveria ser feita com seu gerente na manhã seguinte, pois ela não estava mais em seu expediente. Mesmo assim, NÃO ESTANDO EM SEU EXPEDIENTE, ela usou a chave do hostel para abrir a porta do nosso quarto, não bateu ou pediu que nós abríssemos. Só depois de perceber que ninguém estava satisfeito com a situação e que nós sabíamos que aquilo não tinha sido certo, começou a dizer que precisava saber o que realmente havia acontecido alí, que seu amigo havia ficado muito bêbado e não sabia o que tinha acabado de fazer, que ele estava chorando do lado de fora da porta e tudo mais. Sempre que perguntávamos "E então, o que será feito sobre isso?", ela dizia "Vocês têm de falar com o meu gerente, mas eu juro, meu amigo é a pessoal mais fofa e legal do mundo"...

Decidimos fazer algo no dia seguinte, então, já que nada seria resolvido alí. O problema é que o americano voltou ao quarto e começou a provocar todo mundo, querendo fazer o ofendido, especialmente com o coitado que estava na cama de baixo da dele. Ele não disse nada claramente, mas pudemos perceber que ele queria fazer com que parecesse que todos estavam reclamando da situação pelo detalhe de serem dois homens pelados na cama, ao invés de um homem e uma mulher, o que não era o caso. Logo que se percebeu isso, todo mundo parou de responder às provocações, pois percebia-se que ele buscava um mínimo motivo para começar uma briga de verdade, totalmente sem razão. Foi só a gente se deitar, que ele começou a fazer uns cantos, assim, assoviando, bem bizarros, tipo alguém da selva. E aí, como se não bastasse, ficou saltando de cima da beliche todas as vezes que precisava pegar algo, tipo seu ipad, encarando todo mundo e tal. Achei mesmo que nossas coisas estariam todas zuadas de manhã. 

A última da noite foi quando, à 1 da manhã, o Lucas disse que apagaria a luz do quarto, já que todos estavam prontos para dormir. O americano disse que não, que a luz deveria ser deixada acesa, só porque ele queria, e que não existia regra nenhuma dizendo o horário que ela devia ser desligada, muito embora estivesse colado na parece um cartaz com as regras do hostel, entre elas uma que dizia "TENHA RESPEITO PELOS COLEGAS EM SEU QUARTO, NÃO FAÇA SEXO AQUI". Bom, depois de cinco minutos de discussão, o Lucas disse então que desceria para falar com alguém responsável, já que a situação era ridícula. Finalmente, o americano sossegou.

Achei essa foto das regras! (from http://myspanishpipedream.blogspot.pt/2011/02/romeitaly-that-is.html)

No dia seguinte, todos saímos para mais um dia de turismo e deixamos as coisas mais trancadas DO QUE NUNCA. O casal de brasileiros pediu no hostel que o americano fosse realocado, já que era ele quem estava causando o desconforto entre todos. Nenhum dos três pedidos foi atendido, pelo menos até o momento em que eu fiz o check-out. A impressão que tivemos, é que eles queriam pôr a coisa toda em panos quentes, e foi o que aconteceu.  

Com essa história toda, pelo menos todos os que ficaram aflitos, no fim, estavam mais unidos, e é indiscutível que um elo especial fazia isso HAHAHA ou deveria dizer que um anel especial unia a todos? <3 Just kiding!!!

Beijos, Giu!

*Alguns dos nomes foram alterados.


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