segunda-feira, 30 de abril de 2012

Tem que parar em Coimbrões para aprender...

foto de Giuliana Ananias Wolf
Praça dos Aliados aqui em Porto, onde tudo començou...
  A maioria dos amigos que eu fiz aqui em Porto acabaram sendo os outros intercambistas, e dentre estes, a maioria veio também do Brasil. Por mais que a gente saiba que está em outro país e que tem que se acustumar com a cultura local, conhecer os hábitos das pessoas daqui e todas aquelas outras coisas que nos motivaram a sair de casa, na hora do "vamo vê", as pessoas de quem mais nos tornamos próximas são aquelas que no momento estão passando pela mesma situação que nós, ou seja, outros intercambistas. 

Todo mundo sabe dos perrengues de ir morar sozinho: uma hora acaba o pão, outra hora você não quer fazer comida, mesmo que esteja morrendo de fome, depois quer sair, mas tem que skypear com alguém, ou o dinheiro pode estar quase chegando no fim, mas você fica repetindo "ah, dá pra levar mais uma semana...". Isso tudo não se pensa só quando em outro país, mas aqui as coisas acabam tomando proporções diferentes, e por isso, mais do que nunca, acho que principalmente quando rola  uma escassez de dinheiro, todos os mais próximos sempre se dispõem a ajudar, porque "estar na 'pindura', não é desculpa para não sair, não é mesmo?". Siiiiim! ahahhah e atire a primeira pedra quem nunca saiu sendo financiado pelos amigos!

Então, pronto, dizendo sem dizer, era isso o que estava rolando num fim de semana aqui em Porto. Saí com a Gabi e mais um amigo que tinha vindo visitá-la da Alemanha, mas como estava um pouco sem dinheiro, a Gabi disse que me bancaria! (Só para constar: não sou daquelas que sai com os amigos, e já que eles tão pagando, escolho tudo do mais caro... hahahahaha) Aí que saímos, jantamos na Ribeira e fomos tomar uns drinks no "Era Uma Vez no Porto". Depois de umas caipirinhas, todo mundo mais contente, fomos à outro bar, só para não perder o custume e a Gabi até pôde dançar Zouk com o coleguinha vindo da Alemanha. Aí, que já que eu estava sem dinheiro para ficar pegando taxi, e o metro já tinha parado de funcionar a essa hora (aqui em Porto ele para à 1h da manhã), minha única opção era pegar o polêmico 11M - ônibus que passa só às madruagadas e pára perto de casa. Tinha conversado com a Marta, que morava aqui comigo antes, e ela me disse onde eu deveria pegar ele. Ok, fui pra lá, peguei minhas últimas moedinhas e paguei o € 1,75 que eu devia.

Como eu nunca tinha feito isso antes, fui observando o caminho que o ônibus fazia. Passamos em frente a estação São Bento, atravessamos a pontes, fomos pro lado de Gaia e eu me perguntando "Nossa, que horas será que ele vai pro lado da minha casa? Isso aqui não tem nada a ver...". Óbvio que não tinha nada a ver, eu tinha pêgo o ônibus certo, só que para o sentido contrário e só fui perceber isso quando o motorista me disse "Esse é o ponto final, você tem que descer.". Toda minha esperteza não me permitiu dizer qualquer coisa de volta; fiquei tão em choque que só desci. E só depois de descer é que fui ver onde estava: no meio do nada. Beirando a estrada, às 4h30 da manhã, só com o barulho de bichinhos da noite ao meu redor. Quando me dei conta, o ônibus já tinha ido embora e o próximo passaria somente em 2 horas.

É, sem créditos no celular, sem dinheiro na carteira, sem cartão para tirar dinheiro, solitariamente e A PÉ, comecei meu caminho de volta, entre breus e ruas vazias, andei por cerca de uma hora e meia até chegar à primeira estação de metrô que eu alcancei, em Vila Nova de Gaia. Como aqui em Porto não há catracas ou qualquer coisa do tipo que te impeça de entrar nos trens sem pagar, eu entrei alí mesmo e junto com ciganas (eu juro), pessoas indo trabalhar, lá estava eu no primeiro metro do dia em um sábado, com a cara de quem tinha chego da guerra. Sempre tem fiscalização no metro daqui, os fiscais passam vendo se você tem o ticket e se o validou. Nesse caso, eu não tinha feito qualquer uma dessas coisas e acho que não teriam coragem de me multar, porque francamente, eu não conseguiria pensar em tal cagada e caso alguém me obrigasse a sair, receberia uma macumba daquelas em troca. 

Chegando na minha casa, eu ouvia os anjos cantando pra mim "Weeeeeeeeeeeee are the chaaaaammmpions, my frieeeend!!!"




















Esse é mais ou menos o caminho que o ônibus fez na ida. A volta? Também tenho essa dúvida... só sei que eu consegui chegar de "B" até aquela área que está em vermelho, onde eu peguei o metro até minha casa.

As reações dos meus amigos quando eu contei foram as mais variadas. Pela primeira vez eu ví o que é um olhar de dó para mim, muitos disseram "Noossa, Giu, coitada...", mas tinha também aquelas amigooonas que mal podiam parar de rir e perdiam o fôlego cada vez que eu repetia o trecho "voltei a-n-d-a-n-d-o"... Sabiamente, um ótimo amaigo, o Daniel (que conta as aventuras dele aqui ó, Uai sô?!), me disse:
"GIU, COMO PODE UMA PESSOA DA COMUNICAÇÃO, NÃO CONSEGUIR SE COMUNICAR? TEM QUE IR PARAR EM COIMBRÕES MESMO PRA APENDER, NÉ!?"

Pois é, aparentemente, sim! ahahhahhaha

Beijos, Giu!

domingo, 22 de abril de 2012

Em Busca da Feira Perfeita: Canden Town e o Mundo

foto de Giuliana Ananias Wolf


Domingo, dia de feira! Depois de muito tempo, vou falar de mais uma feira em que estive e até agora é minha preferida, Market Canden Lock.

Canden Town, em Londres, não é só o bairro onde Amy Winehouse cresceu e muitas vezes foi fotografada completely wasted. No entanto, há quem diga que dá pra sentir mesmo a vibe da cantora, assim, loucona, já que tem várias lojas de piercing e tatuagem, bares e pubs que abraçam todos os estilos musicais - de heavy metal a jazz - baladas bem famosas e gente de todo jeito pelas ruas. 

A rua principal e mais famosa do bairro, Kentish Town Road claro, é a que abriga a feira com barraquinhas com comida do mundo todo. Se prepare pra ver muita comida indiana e chinesa, com os vendedores oferecendo provas desde frango cor-de-rosa até sabe-se lá Deus o que...
foto de Giuliana Ananias Wolf
Da coxinha brasileira ao frango cor-de-rosa chinês

Uma das primeiras barraquinhas que a gente vê quando entra na feira, é a "O BRAZUCA"! Acho que todos os conterrâneos esquecem as outras opções logo que batem o olho nessa. Patrick, o chef, foi pra Londres há quase 10 anos, e disse que o negócio dele é fazer a comida alí e ficar conversando com a brasileirada que chega sedenta por uma boa feijoada, coxinha, pastel (SIM, PASTEL!!!), brigadeiro, beijinho, bife acebolado... Tudo baratinho e com jeito de comida caseira, mesmo! Suspiro só de lembrar...

foto de Giuliana Ananias Wolf
Patrick contando as pérolas dessa feira...


Depois de passear pela parte das comidas, dá pra ir ver com mais calma - agora de barriga cheia - a parte de souvenirs, camisetas, mimos... Tem uma lojinha com váárias coisas do Banksy, feitas a partir dos graffitis dele, tipo quadrinhos, ímãs de geladeira, capinha para passaporte, marca página, etc.

foto de Giuliana Ananias Wolf
Acima quadrinho com graffiti do Banksy, abaixo capinha de passaporte

Mas como diz o nome desse post, essa feira tem muito mais a ver com coisas de fora da Inglaterra, do que com qualquer coisa que venha de lá mesmo. E aí é bom pra encontrar coisas de outros países e que, de fato, são originais, já que em Londres vive gente de muuuitas partes do mundo, como tem esse post aqui de exemplo. Para chegar lá é só dar uma conferida nesse mapinha aqui, mas é bem simples, saindo do metrô, a gente já vê a muvuca da feira :)

Ps.: Piadinha de mal gosto verídica: uma amiga estava passeando pelo bairro e perguntou a um inglês se ele sabia qual era a direção para a casa da Amy - que já havia morrido na altura - para deixar alguma homenagem lá. 
Ele então, com toda a classe inglesa disse: "Olha, é pra tal direção, mas ela não tá, viu?"
hihihihihihi

Beijos, Giu!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Paris: Fake Furries em Montmartre

foto de Giuliana Ananias Wolf
Vista da Torre Eifel a partir do Louvre

A coisa que a gente mais escuto dos amigos quando dizemos que vamos viajar, sempre começo pelo caminho do "Ah, quero uma lembrancinha, hein...". Claro que a resposta depende da generosidade e poder orçamentário de cada um, mas viajante tenta sempre esvaziar a mala, ao invés de encher mais, né?

Uma solução que eu achei para isso foi começar a enviar cartões postais! Gasta-se pouco, não ocupa espaço algum e ainda me poupa o trabalho de ficar fazendo notas mentais do tipo "tenho que contar o que aconteceu em tal cidade pra fulana". Só que já que é um postal, tem que caprichar! Sempre procuro os que têm mais personalidade e fogem do óbvio.

Então, andando por Montmart, em Paris, encontrei algo.O bairro por sí só, já é mais alternativo se comparado ao resto da cidade, e fugindo das lojinhas comuns de souvenirs, tem muita coisa diferente! Encontrei o postal em uma dessas, na papelaria "Éditions Du Desastre", com vários livros antigos e novos, postais, mapas, mas nada óbvio! Aí não teve como eu não achar o máximo quando ví esses postais da Bizarr, marca alemã que investe exatamente nisso: postais, livros, cartões, ímãs de geladeira, entre outros, que fogem do óbvio. Achei muito digno!  

O postal que eu comprei: ainda sem destinatário...

Esse tipo de postal, assim com pelinhos é feito à mão e leva o nome de "Fake Furries", e eu pelo menos, nunca tinha visto antes, mas adorei! No site da marca tem outros tipos e dá pra comprar online, aqui ó

O endereço da papelaria onde eu encontrei o postal, é esse aqui: 
21, rue Visconti
75006 Paris - France 
Tel. +33 (0)1 4633 6901 

Beijos, Giu!

Whenever one goes on a trip, the most comum thing to hear is "Bring me some gift, any souvenir...". The answer always depends on each one's generostity and avaiable money, but a traveler is always looking for a way to make bags lighter, instead of heavier, right?

I've found a really simple solution for thatk, I started sending post cards! You really don't spend much, don't lose any space and don't even have the hard work of making all those mental notes, like "I have to tell my girfriend what happened in this city...". But, as it is a postal, it's already simple enough, so I always try to find a way to make it a nice gift. No, I don't do a cute handwritting, I just look for the most stylish and not so obvious postals.

So, walking arounnd Montmartre, in Paris, I found something. The neighborhood it self is alternative if you compare to the rest of the city, and when you stop going for the comun souvenir shops, you can find really cool stuff! I found cool postals in one of these shops, in the stationery "Éditions Du Desastre". There was antique and new books, postals, maps, but nothing of it was obvious! I just couldn't not fall in love when I saw Bizarr postal, a german brand that works exactly with it: books, cards, little cute things that "think" out of the box. Cooool!

I had never seen this "hairy", hand made postal named "Fake Furries", but I just loved the idea. You can buy it online and there's many other kinds, just click here.

The stationery's address:
21, rue Visconti
75006 Paris - France
Tel. +33 (0)1 4633 6901 

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