quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Rio de Janeiro: Feijoada de Frutos do Mar no Makoto

EEEEEEE Carnaval, todo mundo indo ou chegando em algum lugar, seja pela festa, seja para se esconder dela! Sei que um monte de gente tem como destino o Rio de Janeiro e, assim como eu, vai pros blocos morrer de pular. E como eu não entendo nada de Carnaval - esse é o primeiro que eu não vou passar na frente da TV! - vou me conter e apenas recomendar um lugar para comer no pós bloco/balada.

O Makoto é, na verdade, um restaurante que se propõe a fazer culinária asiática, mas eu não provei nada que envolva os países de lá. O que comi foi uma feijoada de frutos do mar! Já tinha vontade de provar isso desde que a Ana Luiza Trajano 'lançou' em SP.

Chegamos no Makoto por acaso. Na verdade, queríamos ver a ruazinha em que ele fica, a Travessa do Comércio. É um lugar super charmoso, e já foi endereço da Carmem Miranda entre 1925 e 1932. A casa dela tem uma plaquinha identificando. Tem vários restaurantes nessa travessa, e enquanto a gente esperava, incontáveis tours passaram por lá. Ok, é um lugar bastante turístico - diz-se que um dos dez pontos mais visitados no RJ - mas é bastante agradável e o preço bem justo.

O garçom disse que o prato era individual, mas imaginamos que seria muito para uma pessoa só, e fizemos bem em dividir: com R$ 38 os dois comeram e ainda sobrou! Ah, e nem precisava ficar 'pescando' os frutos do mar, tudo bem generoso! De quebra, ainda tinha um sambinha ao vivo MUITO BOM! Fomos num sábado, mas no site do Makoto diz que eles têm programação para todos os dias!

O endereço certinho é: Travessa do Comércio, 15, Arco dos Teles, Praça XV. Fica no centrão do RJ.
Restaurante Makoto
O arroz parecia sim de comida japonesa, mas o molhinho de pimenta estava uma delícia e a farofinha também!
feijoada de frutos do mar no makoto
Sentamos lá fora, mas a parte de dentro parece ser bem gostosa também

feijoada de frutos do mar no makoto
Vista da janela do banheiro, hihi



Bom carnaval, pessu!!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Indo a la mierda em Arequipa - e para outros lugares também

Chegamos em Arequipa às 22h depois de passar absolutamente o dia inteiro no ônibus. Saímos de La Paz, na Bolívia, às 7h30 da manhã, paramos no Lago Titicaca e depois em Copacabana. De lá, pegamos mais um ônibus, às 13h30. Atravessamos a fronteira entre a Bolívia e o Peru a pé e um pouco depois paramos em Puno, para trocar de ônibus. Quando já estávamos em Arequipa, o ônibus quase chegando na rodoviária, quebrou. Continuamos a pé. Chegando na rodoviária, deveríamos encontrar o David, mas nosso ônibus estava atrasado há mais de uma hora... e não encontrávamos nosso host. Conseguimos ligar e ele pediu que fossemos até o centro da cidade para encontrá-lo. De lá fomos para a casa dele, trocar de roupa para cumprir nosso único objetivo do dia: ficar bêbados.

Sim, viajar é legal, é lindo. Mas depois de uma semana viajando, queríamos ficar pelo menos uma noite de boa, bebendo e tal. O David se encarregou de arrumar nosso roteiro, que foi esse aqui ó:

Por esse mapa dá para ter ideia de como é a vida noturna em Arequipa! É bar que não acaba mais e muita gente pela rua
Primeiro fomos na "Casona Forum", na Calle San Francisco. Era uma balada com vários ambientes, muito bonito o lugar! Música latina mas também toca música eletrônica. Tinha umas cascatas no meio da pista de dança, todo mundo bem animado. Deu pra ver que lá, diferente daqui, várias pessoas dançam em casal no meio da balada. A chapelaria era grátis (nice!) Tomamos umas cervejas e fomos para o próximo bar (não sem antes encostar em uma barraquinha de 'perro caliente' para matar a fome, hehehe).

A segunda e gloriosa parada foi no Split Bar! O bar fica na Calle Zela, de frente para a Pç. San Francisco. Ele tem duas portinhas e fica dividido em dois andares. De fora, quase não dá para perceber, mas ao entrar você já ouve a música e a vibe do lugar. Fomos lá por conta de um drink em especial, o A LA MIERDA. Fomos corrigidos pelos peruanos - nessa altura estávamos eu, Thiago e mais três peruanos, amigos do David - quando dissemos 'la mierda', "El Correcto es A LA MIERDA" "Está bien, está bien".


peru arequipa split bar

peru arequipa split bar






Como deu para ver, o cardápio não revela o que o drink leva. Mas a cúpula peruana que nos acompanhava disse que ali tinha pisco, rum, vodka, licor de anis e suco de granadilla (maracujá). Aí depois disso é só você botar fogo e esperar pelo melhor. Sério, uma bebida desafiadora, como eu imagino que várias desse bar sejam. Por um pouco de cautela, bebemos "só" esse a la mierda, esperamos que todos estivessem recuperados e fomos para o próximo bar.

O "Qochamama Bar" (calle Ugarte, 300) foi o bar que eu mais gostei! A gente chegou lá quase duas da manhã e não queriam nos deixar entrar. Chora daqui, chora dali, liberaram! Fomos para uma parte superior do bar, tipo um chalezinho! Nem era tão exótico, mas nunca vi nada parecido por aqui, então achei bem legal! Tocava bastante música peruana que dava para dançar de par, meio salsa, bastante animado!

Daí que começou a tocar uma música que eles disseram: AQUI, ESSA FALA DO BRASIL! O cantor é o Pedro Suarez, peruano. A música se chama "Me resfrié en Brasil" e achei engraçadinha. Lá ela é bem popular, porque todo mundo cantou junto, hahaha


E assim foi a primeira noite em Arequipa. Arrisco dizer que foi a melhor da viagem toda!
Obrigada ao David e aos amigos que foram exímios guias para mostrar el mejor de la noche arequipeña! <3

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O guia e o banquete de Santa Cruz de la Sierra

Eu nunca tinha usado o Airbnb para nenhuma hospedagem, só conhecia bem o CouchSurfing. Acontece que o Airbnb pode ser uma opção muito barata, as vezes até mais do que hostel, caso você vá dividir com alguém, como era o caso dessa viagem pela Bolívia e Peru. Você pode tanto alugar um quarto, quanto uma casa/sítio, depende do que procura. 

A gente foi reservando hostel/tour conforme a viagem ia acontecendo, a única coisa que reservamos com antecedência foi o lugar onde dormiríamos a primeira noite quando chegássemos em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, nosso primeiro destino. 

Pagamos R$ 38 para passar uma noite em um quarto de uma casa X. Não tinha muitos detalhes no anúncio, mas como o preço era bom e parecia um lugar limpinho, fechamos, hehehe. 

Logo o dono da casa entrou em contato conosco por mensagem no Airbnb, o German. Ele disse que poderia nos buscar no aeroporto (!!!) porque o transporte público era precário, então aceitamos - e já engatamos dizendo que adoraríamos tomar umas cervejas à noite - vai que, né, hahaha. 

Ele atrasou um pouquinho para ir nos buscar e como eu não conseguia ligar para ele, apesar de ter o seu número, ficamos meio em pânico, já olhando uma lista de hostel que o Thiago tinha feito em caso de emergência. Mas enquanto andávamos de um lado para o outro meio com cara de "por favor, me adote", uma pessoa veio olhando, desconfiada, e me perguntou "Giuliana?", no que respondi aliviada "SSIIIII". 

Ali estava o German, sua filha, e suas duas irmãs "de alma", como ele definiu. Era sábado e ele disse que a esposa dele costumava meditar nesse dia, e que mais tarde poderíamos conhecê-la. No caminho para casa, o German falou um pouco mais sobre a cidade e a sua história. Ele era, na verdade, mexicano. Depois de ter feito faculdade nos Estados Unidos, escolheu a região ali de Santa Cruz para abrir um orfanato da mesma "rede" em que ele cresceu, no México. E dessa maneira ele conheceu suas duas irmãs, que tinham ido passar o dia com ele. 

Isso é uma coisa muito legal do Airbnb. Você paga para dormir em algum lugar, e acaba conhecendo também histórias e pessoas que vêm junto no pacote. Acho que pelo fato de que vocês já vão dormir sob o mesmo teto faz com que o anfitrião seja muito mais aberto e disponível, tanto sobre a própria vida, quanto para falar sobre a cidade. E também, porque acredito que essas pessoas que participam de redes como Airbnb não estão tão somente querendo ganhar dinheiro, mas procurando uma oportunidade de conhecer mais de outras culturas. Mas, claro, não é uma regra. Vai muito de cada um e essa era a primeira vez que o German hospedava alguém, acho que ele queria que a gente se sentisse bastante à vontade. 

Tanto, que ele nos disse: "minhas irmãs querem comprar uma pistola para escrever e desenhar em couro, então temos que ir em alguns mercados... vocês podem ir com a gente e depois andamos pelo centro, passeamos". E fizemos isso o dia todo, andando de carro, depois parando e indo procurar o que elas precisavam. 

Passamos por três mercados. Um parecia um estádio, de tão grande, e vendia absolutamente de tudo. O segundo já se parecia mais com um camelô, mas só havia boxes de ferramentas, materiais elétricos, tipo furadeira, coisas para metalurgia. Já o terceiro, era uma mistura de feira com mercado e camelódromo. Tinha roupa, comida, gente cozinhando na rua, frutas, tecido, miçangas (sim - não sei há quanto tempo não via isso de perto!). 


Santa Cruz de la Sierra Bolivia


Santa Cruz de la Sierra Bolivia

Santa Cruz de la Sierra Bolivia

Santa Cruz de la Sierra Bolivia

Santa Cruz de la Sierra é uma das maiores cidades da Bolívia e é a "São Paulo" do país também: é bem desenvolvida para o padrão boliviano e abriga muitas empresas. O German contou que tem muitos brasileiros que vão para Sta. Cruz de la Sierra estudar medicina, por ser bem mais barato. 

De noite ainda fomos jantar no restaurante "La Casa del Camba" (Av. Cristobal de Mendoza, 1365 - Zona segundo anillo). 'Camba' é a maneira como são chamadas as pessoas de Santa Cruz. O restaurante era muito bom e como queríamos provar um pouco de tudo, a Cecí, esposa do German, que é boliviana, pediu o Buffet Típico para quatro pessoas (165 Bs), daí provamos apenas: 

1) Majadito de Pato
2) Majadito de Charque de Vaca 
3) Picante de Pollo
4) Queperi de Carne de Vaca 
5) Locoto (uma pimentinha que é ó, uma delícia) 
6) Arroz con Queso y Arroz Primavera
7) Yuca Frita (mandioca)
8) Huevo Frito, Chuño y Ensalada
9) Llajua - Escabeche de Cebollitas
10) Cerveja Huari 

la casa del camba bolivia santa cruz de la sierra


























Eu sei que provavelmente essa é a foto mais feia de um banquete que você já viu. Mas quem gosta de comer vai entender a poesia de não conseguir tirar uma foto direito de tanta fome. Quem gosta de comer vai, inclusive, admirar meu autocontrole modesto para conseguir  interromper minha refeição e fazer, ao menos, esse único breve registro. Quem gosta de comer vai ficar com água na boca mesmo assim, don't let me down. 

Comemos ao som de Taquipari (sempre me seguro para não dizer taquipariuu) e Chovena, músicas típicas da região. O restaurante tinha um palco onde as grupos de dança se apresentavam. Pode parecer bem turístico de cara, mas apesar disso, é um lugar em que turistas e locais se encontram. Enquanto estávamos lá, a Ceci encontrou, por acaso, seu tio, que jantava com a família toda. Ou seja, é um lugar bacana para todo mundo. 

Não lembro exatamente o valor da conta no final, mas dividimos por quatro e deu cerca de R$ 20 para cada um. Na Bolívia, quem converte se diverte! hahaha 
Bom, a verdade é que por pouco menos de R$ 40 conseguimos dormir bem, um 'guia' da cidade e conhecer lugares da cidade que não teríamos conhecido por outra maneira. Clicando aqui você pode acessar o perfil do German, cuja acomodação eu super recomendo! 


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A história (e o sabor) das alheiras de Mirandela

Lá em Portugal eu era bem fã de um prato que eles serviam de norte a sul do país. O nome da iguaria é "alheira de Mirandela". Uma das melhores coisas pra comer de ressaca, super prática, barata, rápida e saborosa!

Eu já tinha declarado meu amor pelas alheiras, quando, um dia na aula, um professor lá da Univ. Fernando Pessoa, sabendo da minha brasileiridade, disse "Você não conhece a história das alheiras, pois não?", e contou!

Aconteceu assim:

Lá no final do séc XV, na época da Inquisição, qualquer pessoa que não fosse judia teria em casa um pedaço de carne de porco sendo defumando, segundo meu professor, pendurada no teto, envelhecendo, como ainda é possível ver naqueles armazéns que existem pelo Porto. 

Mas, como judeus não comem carne de porco, era bem fácil identificá-los: bastava entrar e ver que não tinha resquício algum de qualquer suíno por lá. Aí, algum iluminado teve a ideia de fazer tipo uma linguiça com outras carnes, as de aves! Então, eles misturavam carne de galinha, coelho, perú ou pato com pão de trigo, para dar consistência. Depois disso, envolviam com tripa, do jeito que é feito até hoje.

Aí, quando tudo já estava temperado, era só deixar defumando. A aparência e o cheiro ficavam muito próximos às carnes suínas que os católicos tinham em casa, então pronto! A receita se popularizou até mesmo entre católicos, que por fim passaram a fazê-la com carne de porco. 

Hoje dá para comprar em qualquer mercado, bem barato, tipo 2 Euros. Para quem estiver em Portugal, vale a pena ficar atento quanto às feiras que acontecem durante o ano dedicadas ao prato. 

Para quem nunca experimentou e está aqui no Brasil, ou para quem, como eu, sente taaaanta vontade de comer alheiras, the good news é que eu encontrei elas aqui tanto em Campinas como em São Paulo. Antes o City Bar, campineiro, fazia. Mas da última vez que fui lá, o garçom me disse que eles tinham parado. Encontrei, então, o Juema Bar e Mercearia (R. Santos Dumond com a Cel. Quirino), que fica também no Cambuí e é comandado por um português, que como o seu Zé do City Bar, chegou no Brasil ainda bem jovem. Você pode tanto comer lá, frita, quanto levar crua e preparar em casa. Em São Paulo o melhor lugar que encontrei para compra-las foi o Mercado Municipal Paulistano mesmo, bem baratinha e vários boxes vendem - mesmo os que não são portugueses.  

Depois de adquirir sua alheira, você pode fazer de duas maneiras: frita no azeite, como a maioria dos restaurantes, ou do jeito mais gostoso, no forno! Ahahahaha deixe por uns 10, 15 minutos lá e proonto! Você vai saber que está no ponto quando aquele cheiro de felicidade começar a invadir sua casa, and that, my friends, é alheira! :B Só não esqueça de fazer uns furinhos nela com um garfo para ela não explodir dentro do forno #experienciapropria hahaha

enjoy












segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Compras de urgência na Bolívia

No meio de tudo que você precisa comprar e preparar para um mochilão tem tanta coisa, que você pode acabar esquecendo cartões de memória extras, assim como eu, esperta.

Chame de ingenuidade, burrice, whatever, haha, mas fomos passar 15 dias viajando e eu levei um cartão de memória com 8gb e um pen drive com a mesma capacidade, apenas. Óbvio que em uns 5 dias tudo isso já estava cheio.

Por sorte, estávamos em La Paz e fomos ver quanto custava. Para surpresa e felicidade, tanto o pen drive, quanto um cartão de memória, ambos com 8gb, custavam 80 Bs, uns R$ 30! No Peru, custava o mesmo, só que em Soles, e devido ao câmbio saía um pouco mais caro, cerca de R$ 65.

Aqui no Brasil me lembro que a última vez que pesquisei o preço para essa capacidade, estava entre R$ 60 e R$ 150 (isso lá no Boulevard Monti Mare, na Paulista, que em geral é mais barato que o normal).

Dica dada! Nada de ficar desesperado porque encheu seu cartão com fotos do Salar, pode sair tirando um milhão de fotos de novo, uhuuuul

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Subindo na escala social pela gastronomia "Peru Sabe: La Cocina, Arma Social!"

Quando estávamos em Arequipa, por termos ficado na casa do David, que é peruano, conseguimos entender bem o espírito dos peruanos no quesito comida. Eles têm uma diversidade tão grande de alimentos e valorizam muito isso. Sem contar que as refeições são muito fartas. No meio disso, o David comentou com a gente que faz alguns anos começou esse movimento de “amamos a gastronomia peruana” dentro do país, e que um dos responsáveis por isso era o Gastón Acurio - o Alex Atala do Peru, se me permitem, hehehe

Fuçando em uns filmes, vi que o próprio Gastón fez um documentário junto com o chef espanhol Ferran Adrià, “Perú Sabe: La cocina, arma social!”,  justamente sobre como a gastronomia está funcionando como um agente de inclusão e transformação social para pessoas que não tinham muitas alternativas na vida. Eles falam diversas vezes que hoje o sonho de um jovem não é ser jogador de futebol ou atriz, mas ser um chef. 

Uma parte do documentário foi gravada em Machupicchu, já que eles também tratam da cultura inca. Além disso, o filme mostra casos em que algumas famílias resolveram - por força maior ou não - mudar de área profissional, e escolheram trabalhar com o cultivo de alimentos orgânicos, ou que começaram o plantio de cacau como alternativa à plantação de coca, por exemplo. Ah, e o Atala também tá lá :D 

Eles visitam a Pachacútec, que é uma escola de gastronomia sob direção do Gastón. Ele explica que o curso tem duração de três anos, mas que o primeiro é como se fosse uma reconstrução da vida dos estudantes que, em geral, tiveram uma história bem difícil até aquele momento. 

"Hay que verlo porque es un sopro de otimismo!" - Ferran Adriá 
Clicando aqui dá para assistir online ou fazer o download do documentário :) 





“Sabes lo que tenes y sabes como hacerlo” é a frase que o Adrià usa para dizer o porquê das coisas estarem indo bem no  Peru. Tipo, com um bom solo e sabendo o que a região em que a pessoa mora pode oferecer, dá para saber o que é possível produzir ali e como fazer isso. Eu sei que cada país é um país, mas acho impressionante que aqui no Brasil a gente esteja acostumado a sempre comer o mesmo tipo de milho, o mesmo tipo de batata, o mesmo tipo de arroz... sendo que ali no Peru é super normal você ir a um mercardão e encontrar essa variedade que encontramos no Mercado de San Pedro, em Cusco:






quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Viajando de ônibus pelo Peru

Andar de ônibus no Peru foi uma das partes mais relaxantes da viagem, eu devo admitir. Até porque, de todos os 17 dias da viagem, 3 nós passamos dentro de um ônibus, se contarmos todas as horas, conforme está aqui nesse infográfico abaixo:

Quando chegamos no Peru já tínhamos nos acostumado com ônibus quebrado, goteiras na cabeça, ônibus subindo em barranco... então quando o David nos disse que duas companhias de ônibus eram muito boas e que a gente não teria problemas, nem levamos tãão a sério.

Primeiro usamos a Oltursa para ir de Arequipa até Cusco. Pagamos 60 soles pela passagem, que incluía jantar, cobertinha e uma "comissária de bordo". A viagem levou cerca de 10 horas e, como fizemos de noite, chegamos até que bem descansados em Cusco.

Na segunda, como íamos de Cusco até Lima e seriam 20 horas (SIM, VINTE HORAS DE VIAGEM GENTE), e seria a última viagem, decidimos ostentar e ir com a Cruz del Sur. Pagamos 185 Soles pela passagem, cerca de R$ 160, mas foi o serviço mais vip que eu já vi na minha vida!!! O banco do ônibus era de couro, tinha WI-FI, carregador para celular/notebook (!!!!), televisão com filmes, música, desenhos (juro!), ar-condicionado, cobertinha, travesseiro, o banco reclinava o suficiente para você dormir tranquilo, eeee tínhamos direito a jantar e café da manhã!

Essa foi minha reação quando eu entrei no ônibus:

cruz del sur peru mochilão

















































Uma coisa legal dessa empresa é que eles têm o próprio terminal deles! Tipo, não utilizam a rodoviária. Você vai no terminal, que é bem similar a um aeroporto, só que bem menor, obviamente. Faz seu despacho de bagagens e fica esperando chamarem para o seu embarque. Tem até um segurança que faz a inspeção dos itens que você leva na bagagem de mão. Além disso, quando você vai comprar a passagem, te perguntam que prato você gostaria de jantar e se você é vegetariano. Essa foi a janta:

cruz de sur bus peru
A comida era saborosa mesmo, e ainda tinha sobremesa e cafezinho servido depois da refeição!



















Para o café da manhã, tivemos um danoninho, um pão com presunto OU queijo (achei isso estranho), uma barra de cereal e café. O único problema, para mim, é que o WI-FI não funcionou durante a viagem toda, apesar de ter funcionado durante boa parte. Ah, e a viagem levou 22 horas ao total, 2 a mais que o previsto. Mesmo assim, acho que vale muito a pena e recomendo o serviço!

Nunca viajei em um ônibus desse padrão no Brasil, então não sei comparar... mas quando precisei vir do Rio de Janeiro para Campinas, paguei uns R$ 90 na passagem e não tinha absolutamente nada no ônibus. E, tipo, foi uma viagem de umas 9 horas! Eu acho ok pagar bastante por um serviço quando você vai ter um retorno, né, porque aí não é caro, é justo. Mas é sacanagem ter que pagar caro, não ter  ao menos opção de empresas e receber um serviço bem meia-boca. Por isso deixo aqui a dica da Cruz del Sur e um suplício para que as empresas de ônibus brasileiras, se não puderem melhorar, que deixem as passagens a um preço equivalente ao do serviço oferecido.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

6 motivos para visitar a Bolívia

Uma amiga veio me perguntar se ela deveria ir para a Bolívia, apesar da pobreza e da desorganização.  Mas é claro! Acho que nós brasileiros já temos uma certa familiaridade com as duas coisas, seja com maior ou menor intensidade, então não é um drama daqueles.

Não que a realidade da Bolívia seja igual à do Brasil, mas a gente consegue reconhecer o Brasil em algumas situações ali. E, além disso, ainda que não fosse possível fazer essa relação, as paisagens, desertos, comidas e a tentativa de entender melhor a cultura e a dinâmica desse país fazem a visita valer a pena.

1 - Deserto de Sal, Deserto de Salvador Dalí, Montanhas, Lagoas....  


Eu já falei aqui sobre o quanto eu fiquei impressionada com o Salar, todos os desertos pelos quais passamos, as montanhas, lagoas coloridas, flamingos, árvore de pedra... tudo é muito diferente da beleza natural com a qual estamos acostumados no Brasil. Isso tudo durante esse tour de três dias que a gente fez em uma 4x4. Uma coisa legal de você perceber nesse passeio é sobre a pouca disponibilidade de recursos - sem os quais não vivemos quando estamos na nossa vida "normal". 

Essa foto aqui embaixo é a frente do hostel onde passamos a primeira noite no tour do Salar do Uyuni, "Hospedaje el Barroco". O lugar era muito simples, mas tinha camas ok e a comida da janta estava uma delícia, uma sopinha com gosto de feita por vó. 

Para tomar banho quente, a gente precisava pagar 10 bolivianos e existia só um chuveiro para cerca de vinte pessoas. O resultado era fila e um monte de gente reclamando, quando, na verdade, ninguém saiu do hostel para olhar no meio de onde estávamos! Tipo, no momento em que você compra esse tour e sabe que está comprando o padrãozão, não adianta chegar e esbravejar porque não tem isso e não tem aquilo, porque, afinal de contas, você está no meio do deserto e o que pode ser oferecido já está ali. 

Talvez eu estivesse me preparando muito psicologicamente, então eu esperava uma coisa muito mais rústica. Mas achei ok abrir mão de várias comodidades por três dias e ver coisas que eu pensava que demoraria muito mais para conseguir visitar: 

bolivia salar de uyuni
Onde passamos a primeira noite do tour
hostel_bolivia_salar de uyuni
O dia estava assim quando chegamos nesse hostel, em Gualajara, onde passamos a segunda noite do tour
bolivia salar de uyuni
De manhã, acordamos e tinha nevado!
bolivia salar de uyuni
Lagoa com flamingos 

bolivia salar de uyuni
Laguna verde - visitamos no último dia

bolivia salar de uyuni
Laguna rosada - uma pena que pelo tempo a cor não tenha ficado tããão legal

bolivia salar de uyuni

bolivia salar de uyuni

bolivia salar de uyuni

bolivia salar de uyuni
Árvore de pedra
bolivia salar de uyuni
Deserto de sal quase no pôr do sol 


2 - As lhamas e alpacas 

Me mostre uma pessoa que vê lhamas e alpacas e que continue agindo normal e eu te direi: essa pessoa não tem coração. Esses animais são a coisa mais fofa de todos os desertos da Bolívia e dá vontade de abraçar todas elas. Pena que elas correm de você. Mas para complementar a fofura - hold it - elas cospem como um movimento de defesa, tipo, come onnnn, impossível não amar esses bichos.  O Marcos, nosso motorista no tour, disse que uma lhama adulta pode ser comprada por 800 Bs. 

Além de bonitas e fofas, a carne delas é MUITO gostosa. Eu provei carne de lhama ao molho de ervas finas, então ela ficou com uma textura mais parecida com a carne bovina. No entanto, em geral, ela é preparada como o charque aqui do Brasil, seca. 

Eeeeee, além de ser bonitas, gostosas e fotogênicas, lhamas são úteis também. Muitas vilas vivem da venda do pêlo delas, que é usado para fazer blusas, touquinhas, luvas etc. Segundo o pessoal que vende esses artigos, o pêlo da alpaca tem mais qualidade para produção desses itens, no entanto, as alpacas estão localizadas mais ao norte, na região de La Paz, de acordo com o que nos disseram. Essas fotos abaixo são todas de lhamas, quando estávamos no sul da Bolívia. 

bolivia salar de uyuni lhamas

bolivia salar de uyuni lhamas

bolivia salar de uyuni lhamas

bolivia salar de uyuni lhamas

bolivia salar de uyuni lhamas

bolivia salar de uyuni lhamas

3 - Artesanato Andino 

Engraçado, eu pensava que usar touquinhas, luvas e aqueles tecidos andinos fosse coisa de turista, mas não! Na Bolívia (e também no Peru), a gente vê as pessoas que vivem ali e trabalham utilizando bastante! As mulheres carregam bebês nesses panos, usam para colocar o material que vendem na rua... e os panos são bem grandes, feitos de pêlo de alpaca ou de lhama. E o melhor: o preço SEMPRE é negociável. 

bolivia sucre mercado central

bolivia lago titicaca
bolivia sucre artesanato

bolivia sucre artesanato
Esse senhorzinho era tão, mas tão gente boa! Quando chegamos na loja dele, que ficava no centro de Sucre, ele estava fazendo essa touquinha que aparece no colo dele na foto de cima. Pedi que ele fizesse mais um pouquinho para filmar e mostrar a técnica dele:



4 - Provar um "Pique a lo macho"

Santa Cruz de la Sierra foi a primeira cidade da Bolívia que conhecemos. Lá, nos disseram que tínhamos que provar o prato, que é típico de Sucre. Na hora do almoço, quando já estávamos em Sucre A gente não sabia como ele era, então cada um pediu um prato diferente. O problema é que, em geral, poucas pessoas conseguem comer esse prato, né. Acho ele muito bom para dividir, petiscar. Um detalhe: é bem apimentado.

Não só esse, como vários outros pratos bolivianos merecem atenção. A Bolívia está tão perto do Brasil e tem uma culinária a aproveitamento dos ingredientes diferentes de como fazemos aqui no Brasil. Lá, por exemplo, o milho faz parte das refeições e as espigas são menores, mais grossas e os grãos bem maiores.

bolivia comida tipica

bolivia comida tipica pique a lo macho

























5 - Conhecer Tarija 


Esse tá na lista de lugares para visitar. Eu não sabia, mas a Bolívia tem uma região que produz vinhos, Tarija. Provavelmente não é um Chile, mas eu achei gostoso o único vinho boliviano que provamos, esse Aranjuez. Sem querer, trouxemos uma garrafa dele para o Brasil. Compramos em La Paz, sempre achando que tomaríamos amanhã ou depois... até que a garrafa chegou intacta ao Brasil por falta de oportunidade, coitada...

bolivia vinho
















































6 - Observar isso:




bolivia turismo mochilao
Taxi que pegamos em Sucre, saindo do aeroporto
bolivia turismo mochilao

bolivia turismo mochilao

bolivia turismo mochilao bolivia turismo mochilao
bolivia turismo mochilao
No Mercado Central de Sucre


bolivia turismo mochilao

bolivia turismo mochilao

bolivia turismo mochilao


bolivia turismo mochilao
Pelas ruas de Santa Cruz de la Sierra





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