segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cachaça de Paraty: Maria Izabel

Eu gosto de cachaça, de gostar mesmo. Mas tenho que confessar que queria conhecer o alambique da Maria Izabel, antes de tudo, porque queria conhecer a Maria da Maria Izabel, sabe? E, claro, depois a cachaça dela. 

Apesar dela ter avisado que deveríamos ligar antes de aparecer por lá, decidimos ir no domingo que estávamos em Paraty, antes de voltar para Campinas, sem avisar mesmo. 

Paraty tem cerca de sete alambiques e, dentre todos eles, o único que não tem nenhuma sinalização para chegar, é o da Maria Izabel. O mistério já começa daí. Tínhamos visitado quatro alambiques no sábado, e deixamos dois para o domingo. Quando estávamos indo para o da Maria Izabel, tínhamos um mapa, mas não achamos a saída. A gente já suspeitava que ela não colocasse nenhuma sinalização pela estrada. Um senhorzinho ajudou e logo achamos a saída certa, e, depois de uns cinco minutos, chegamos na porteira do sítio dela. Que lugar lindo. 

Estacionamos e fomos entrando. A primeira cena que vimos foi essa:

cachaça Maria Izabel Paraty

A Maria que eu queria conhecer estava realmente ali, tal como tinha visto antes na internet: descalça. Engraçado que a gente repare tanto nisso e que acabe achando tão exótico o que, na realidade, é tão natural. 

Pegamos a metade da explicação que ela estava dando para os três casais que estavam lá. Muito, muito calma ela explicava como cada cachaça era feita, a diferença entre cada um dos rótulos, tempo de armazenamento e tipo de madeira. Engraçado que essa visita é grátis e todo mundo pode provar as cachaças - e ela faz questão que as pessoas experimentem! Super atenciosa, ela respondia todas as perguntas com a maior paciência, batia papo... tranquila, tranquila! 

Enfim, a Maria Izabel era tudo aquilo mesmo que eu pensava e as cachaças dela ainda mais! 

cachaça Maria Izabel Paraty

Ela produz quatro tipos de cachaça:

 - a branca, armazenada em tonéis de jequitibá; 
 - a envelhecida, armazenada por no mínimo 12 meses em barris de carvalho; 
 - a Cachaça Azulada, essa aqui só dá para comprar lá no alambique dela por motivos de: no processo de destilação, são colocadas folhas de mexerica no caldo da cana já fermentado. O problema desse processo é que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) (ainda) não tem como verificar a procedência das folhas usadas (oh céus). Dessa maneira, não consegue certificar que ali estão sendo utilizadas as boas práticas de fabricação. Mas essa cachaça é um espetáculo! Você dificilmente encontrará fora de Paraty, até porque, essa é uma das “especialidades” da cidade! 
 - a última é a Reserva Especial, envelhecida em barris de carvalho por mais de dois anos! 

cachaça Maria Izabel Paraty

Daí beleza, a pessoa mora num sítio num cantinho lá de Paraty, num finzinho de mundo. E aí, você vai fuçar e descobre que quem criou o rótulo da garrafa dela foi ninguém mais, ninguém menos que o mesmo cara que fez a capa dos livros da série Harry Potter, Jeff Fisher! 

cachaça Maria Izabel Paraty
Apesar do Lula também curtir uma caninha, foi o Fernando Henrique Cardoso que, em 2001, assinou um decreto que determinava que uma bebida só seria juridicamente reconhecida como "cachaça" se fosse o destilado feito a partir do suco da cana-de-açúcar E produzido dentro do território brasileiro. Então, sim! Se é cachaça, obrigatoriamente é brasileira <3 

Para saber mais: www.mariaizabel.com.br

domingo, 29 de junho de 2014

Um homem precisa provar. Por sua conta, não por meio de imagens

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu." 

Sabe essa frase? Então, digamos que ela me motivou a fazer o que eu fiz. Imagina a cena: Lapa, Rio de Janeiro bombando durante a Copa, terceiro bar da noite e contando. Todo mundo já enxergando azim. 

Chegamos na Casa da Cachaça, no meio de todo o movimento da Mem de Sá. O plano era pedir pela tradicional e imperdível cachaça de gengibre. Chegamos, pedimos... enquanto nós quatro esperávamos pela dose, alguém disse rindo, OLHA SÓ, CACHAÇA DE FEIJOADA. 

Não pedi, mas fiquei com aquilo na cabeça né hahaha Pensei: adoro cachaça, adoro feijoada!

Fomos para a calçada e quando voltei para pegar mais uma dose, achei que devia provar, porque, você sabe... "um homem precisa viajar por sua conta, não por meio de histórias" HAHAHA comecei a perguntar para o pessoal que trabalha lá quem já tinha provado. Perguntei pra três caras, nenhum deles. Aí uma menina que tava no balcão disse que já tinha tomado aquela e a de alho. Já fazia tempo que tinha passado da meia noite, então eu tava muito corajosa... mandei trazer! oh céus. Acho que pela minha coragem, a menina me deu como "prêmio" uma dose da cachaça de alho também. 

rio de janeiro cachaça



A moça me trouxe as duas doses e eu ficava adiando começar a tomar com a desculpa de que tinha que explicar para dois portugueses que tavam ali do lado a diferença entre cachaça e aguardente. Mas, no final das contas, tomei.

Olha, não foi legal, não HAHAHA. É bem óbvio que eles só deixam essas garrafas lá para quem tá muito bêbado ou com coragem...  Como diz uma amiga minha "Não GOSTO de tudo que você come, mas sou fã número um do PROVAR!", tô mantendo esse raciocínio :) 

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