Chegamos em Uyuni um pouco depois da meia noite. Vínhamos de Potosí, o caminho inteiro de chuva, frio e o contorno por várias montanhas, bem bonito! O único problema é que Uyuni é uma cidadezinha no meio do deserto e chegamos lá debaixo de chuva, à noite e sem lugar para dormir. Havia uma agência de turismo aberta e foi onde entramos. Estávamos com mais um casal, o André e a Yasmine, que conhecemos no aeroporto de Sucre, assim que chegamos de Santa Cruz de la Sierra. Quando entramos na agência, encontramos outros brasileiros com o mesmo problema que a gente: sem lugar para dormir e sem um tour para o dia seguinte. Já tínhamos decidido que queríamos o tour de três dias e esperamos para comprá-lo lá em Uyuni.
Desde Sucre tentávamos comprar o passeio, mas em virtude de o Rally Dakar ter acontecido no deserto dos até o dia 12 de janeiro, eles só reabririam para os tours a partir do dia 14 e todas as agências nos aconselharam a comprar lá, devido a essa incerteza de quando realmente os tours voltariam. E nessa também deixamos de fazer booking para um hostel. Boa, time!
Em um só dia fomos de Sucre para Potosí e de Potosí para Uyuni, por isso chegamos tão tarde. Pagamos 15 bolivianos por esse primeiro trecho e mais 20 bolivianos pelo segundo, bem barato. Os preços são totalmente negociáveis, então a gente sempre conseguia desconto, já que comprávamos para quatro passageiros.
Uma coisa essencial na Bolívia é pedir para ver os ônibus PESSOALMENTE antes de fechar a compra... esperávamos o ônibus estacionar para concordar em comprar os tickets. Quem vende os tickets também já está acostumado com a exigência, então às vezes já dizem logo de cara "el bus está ahí, pudes mirarlo"!
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Pagamos 15 bolivianos pela passagem desse ônibus, que pelo menos não quebrou nenhuma vez durante a viagem |
Bom, chegando em Uyuni (de novo, hehe), entramos na agência de turismo e a mulher disse que tinha vagas em um hostel, e que aquele era o único livre na cidade. Acontece que ela não iria reserva-lo para nós, a menos que fechássemos o tour com ela. Foi um tempão nesse impasse, até que todo mundo cedeu, afinal, já era meia noite e sei lá quanto e ninguém mais tinha forças.
Pagamos 60 bolivianos pelo hostel e mais… 900 bolivianos (cerca de R$ 310) cada um pelo tour de três dias, que é feito em um 4x4 com sete passageiros + o motorista. No preço estava incluso:
- 2 noites em hostel no deserto;
- 2 cafés da manhã;
- 3 almoços;
- 2 jantares.
O preço foi mais caro que esperávamos, mas a justificativa é que o Dakar tinha feito a procura pela cidade aumentar e tinha muito turista lá nessa data. Esperávamos pagar cerca de R$ 250 ao invés dos R$ 310, mas era o que tinha na hora. Pagamos.
Agora vem a parte do “você quer ouvir primeiro a notícia boa ou a ruim?”: ali, no ato em que fechamos, a mulher que nos atendia já avisou que no primeiro hostel teríamos que pagar 10 bolivianos para tomar banho quente, e que no segundo hostel não tomaríamos banho, porque não tinha chuveiro, nem água. A coisa boa foi a sinceridade dela, né.
De tudo isso, se for para eu recomendar alguma coisa, seria: não chegue em Uyuni tão tarde, ou já deixe um hostel reservado. Isso é bem lógico, e dá para encontrar os hostels pelo hostelbookers, ou mesmo o hostelword :) Além disso, diria também: leve dois rolos de papel higiênico e pelo menos um pacote de lenços umedecidos.
Aqui vos apresento a primeira imagem que tive do Salar do Uyuni:
Aqui nessa foto esse trecho de deserto ainda não está alagado. De novo, pode ser óbvio, mas como para mim não era, explico: o deserto fica muito legal quando está alagado. Por ser de sal, ou seja, ter o solo todo branco, quando chove, ele alaga e reflete o céu, as nuvens, o sol e os turistas que ficam lá com cara de bobo - mas não é para menos! Ou seja, apesar do perrengue de termos chegado enquanto chovia em Uyuni, demos sorte, porque quando fomos para o deserto no dia seguinte, ele estava exatamente como queríamos, ALAGADO, desse jeitinho aqui embaixo:
Eu gosto muito de comer e de conhecer a comida dos lugares, então tava curiosa para saber como seria nosso almoço. Com pouquíssima cerimônia, o Marcos, nosso motorista, preparou enquanto a gente tirava fotos, bem ali, na traseira da 4x4:
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Achei bem legal que eles perguntam se algum dos 7 passageiros no carro é vegetariano. Se sim, a pessoa tem uma comidinha preparada para ela! |